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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reclamar, nesta segunda-feira (20/10), da alta na taxa básica de juros do país, a Selic, que está em 15% ao ano. Segundo o presidente, o governo prepara o país para uma política monetária “mais séria” e o Banco Central precisa começar a reduzir os juros.
“O Banco Central vai precisar começar a baixar os juros, porque todo mundo sabe o que nós herdamos. E todo mundo sabe que nós estamos preparando este país para ter uma política monetária mais séria”, afirmou o presidente.
A declaração foi dada durante o lançamento do programa Reforma Casa Brasil, realizado no Palácio do Planalto. O novo projeto oferecerá até R$ 40 bilhões em crédito para reforma de casas em todo o Brasil.
Embate com o Banco Central
A fala se soma a uma série de críticas do governo federal sobre o nível da taxa de juros. No começo do governo, quando Roberto Campos Neto era o presidente do BC, Lula fez críticas duras e diretas ao indicado de Jair Bolsonaro (PL).
“Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país”, disse Lula em junho de 2024.
Em janeiro deste ano, Gabriel Galípolo assumiu a presidência do BC, a partir de indicação de Lula, que fez uma trégua nas críticas. Na época, a Selic estava em 12,25% ao ano. Desde então, o Banco Central não alterou a rota e a taxa de juros apresentou alta de 2,75 pontos percentuais.
Em junho, a Selic atingiu 15%, o nível mais alto desde 2006. Com isso, Lula retomou os ataques contra o Banco Central. “(Temos) a maior massa salarial, a maior renda do trabalhador neste país, a inflação está em 5%, com viés de cair cada vez mais. Temos um problema que é a taxa de juros, que está alta, e nós vamos ter que cuidar para que ela baixe um pouco mais“, afirmou o presidente à TV Liberal, em 2 de outubro.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro, o grupo decidiu manter a Selic em 15% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado. Foi a segunda reunião consecutiva em que a taxa permanece no mesmo patamar, após sete aumentos seguidos. A próxima reunião do Copom deve ocorrer nos dias 4 e 5 de novembro, e a expectativa é pela manutenção da taxa.
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