
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou um recado ao Congresso Nacional nesta terça-feira (1º/7). Legislativo e Executivo passam por um momento tenso na relação depois de os parlamentares terem derrubado o decreto presidencial que alterava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e de o governo ter decidido judicializar o tema no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu disse ao [Rodrigo] Pacheco quando tomei posse, disse ao [Arthur] Lira, e depois, mais recentemente, disse ao [Davi] Alcolumbre, e ao Hugo Motta: este país será o que a gente quiser que ele seja. É só a gente determinar o tamanho que a gente quer que este país seja. E, para isso, é preciso diminuir o privilégios. Ninguém está querendo tirar nada de ninguém. Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito para os outros”, discursou o petista.
A declaração foi feita durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026, que contou com a presença do presidente e ministros do governo. Na ocasião, o petista anunciou R$ 516,2 bilhões para financiamento do setor agropecuário empresarial.
No discurso, Lula citou a proposta do governo de aumentar a taxação sobre as bets, passando de 12% para 18%. “6% para pessoas que estão ganhando milhões sem fazer nada. Pega a diferença do custo de vocês [empresários do agro] que produzem para o lucro de vocês e pega a diferença do custo de quem tem um bet com o lucro dele. Quanto custa fazer essa bet? E o tamanho do lucro? E essas pessoas se rebelam.”
O presidente defendeu que as medidas propostas pelo governo para ajustar as contas não são de aumento de imposto e, sim, uma tentativa de fazer justiça social.
“Se vocês forem sinceros com a consciência de vocês, vocês vão perceber que a carga tributária deste governo hoje, percentualmente, é menor do que era em 2011. Porque o que a gente está fazendo como opção não é tentar aumentar imposto, é tentar fazer uma tributação mais justa, mais correta”, argumentou.
Acirramento da disputa entre Executivo e Legislativo
A derrubada do decreto do IOF, na primeira vez em 37 anos que o Congresso sustou um decreto presidencial, marcou uma nova fase da relação entre governo e Parlamento. Após uma primeira reação verbal, com Lula e ministros acusando o Congresso de tentar impedir a justiça social, o Planalto passou para a ação ao anunciar a apelação ao Supremo nesta terça, antes do discurso de Lula.
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