O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrenta um cenário cada vez mais restrito para renunciar ao cargo e deixar o país sob a proteção de um salvo-conduto garantido pelos Estados Unidos. A situação se intensificou após uma breve conversa telefônica com o presidente americano, Donald Trump, no mês passado, na qual Trump teria rejeitado uma série de pedidos feitos pelo líder venezuelano.

A ligação, que ocorreu em 21 de novembro, sucedeu meses de pressão crescente dos EUA sobre a Venezuela, incluindo ações contra alegados navios de tráfico de drogas no Caribe, ameaças de Trump de expandir operações militares ao território venezuelano e a designação do Cartel de Los Soles – grupo que o governo americano alega incluir Maduro – como uma organização terrorista estrangeira. Maduro e seu regime sempre negaram as acusações criminais, afirmando que os EUA buscam uma mudança de regime para controlar os vastos recursos naturais venezuelanos, como o petróleo.

Durante a chamada de menos de 15 minutos, Maduro expressou a Trump sua disposição de deixar a Venezuela, apresentando uma série de exigências, segundo quatro fontes à Reuters com conhecimento da conversa. Entre os pedidos estavam anistia legal total para si e seus familiares, incluindo a remoção de todas as sanções dos EUA e o fim de um caso que enfrenta no Tribunal Penal Internacional. Maduro também solicitou o levantamento das sanções a mais de 100 funcionários do governo venezuelano, muitos acusados pelos EUA de violações de direitos humanos, tráfico de drogas ou corrupção, e pediu que a vice-presidente Delcy Rodríguez liderasse um governo interino para novas eleições.

Trump teria rejeitado a maioria das solicitações, mas ofereceu a Maduro um prazo de uma semana para deixar a Venezuela e ir para o destino de sua escolha, juntamente com seus familiares. O prazo para o salvo-conduto expirou na sexta-feira passada (29), levando Trump a declarar no sábado (30) que o espaço aéreo da Venezuela estava fechado, segundo duas fontes. Embora Trump tenha confirmado no domingo (1º) que falou com Maduro, não foram fornecidos detalhes da conversa.

O governo Trump não reconhece Maduro, no poder desde 2013, como presidente legítimo da Venezuela. Maduro, por sua vez, jurou “lealdade absoluta” ao povo venezuelano em discurso a manifestantes nesta segunda-feira (1º).

Não está claro se Maduro ainda pode apresentar uma nova proposta para uma saída negociada. Trump se reuniu nesta segunda-feira com seus principais assessores para discutir a campanha de pressão sobre a Venezuela, entre outros tópicos, conforme informado por um alto funcionário dos EUA. Uma fonte em Washington informada sobre as discussões internas não descartou totalmente a possibilidade de uma saída negociada, mas enfatizou que “ainda há desacordos significativos e detalhes importantes não resolvidos”.

O governo americano aumentou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro para US$ 50 milhões, e oferece US$ 25 milhões por outros altos funcionários, como o ministro do Interior, Diosdado Cabello, também acusado de narcotráfico. O governo Maduro, por sua vez, solicitou outra ligação com Trump.

Pedidos de Maduro Rejeitados

Prazo Expirado e Espaço Aéreo Fechado

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