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Malafaia diz ser perseguido por Moraes e que Lula é traidor da pátria

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Malafaia diz ser perseguido por Moraes e que Lula é traidor da pátria

Foto: Reprodução/Arquivo
Silas Malafaia 07 de setembro de 2025 | 17:36

Malafaia diz ser perseguido por Moraes e que Lula é traidor da pátria

O pastor evangélico Silas Malafaia afirmou neste domingo (7), durante a manifestação bolsonarista na avenida Paulista, em São Paulo, que é perseguido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e que o presidente Lula (PT) é o verdadeiro traidor da pátria.

Ele também elogiou o trabalho que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vem fazendo para articular a anistia no Congresso Nacional e mandou calarem a boca os políticos que já discutem nomes de candidatos à Presidência no lugar de Jair Bolsonaro (PL).

No trecho final do seu discurso, ao som de uma música lenta ao fundo, Malafaia ficou com a voz embargada ao se dirigir diretamente a Bolsonaro. Neste momento, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro começou a chorar.

“Toda essa covardia contra você. Toda essa covardia contra donas de casa. Toda essa maldade contra pessoas inocentes. Um ex-presidente da República com uma tornozeleira eletrônica. Um ex-presidente da República que não pode usar telefone nem redes sociais. Um ex-presidente da República que não pode sair de casa”, afirmou.

“E o meu nível é muito, muito menor do que o dele. Um pastor que tem o passaporte apreendido. Os meus cadernos de anotações bíblicas, meu telefone apreendido. Brasileiros fora porque se estivesse aqui, seriam presos. Que democracia é essa?”, questionou.

O discurso de Malafaia durou mais de meia hora e foi um dos últimos do ato deste domingo. Em determinado momento, ele deu uma bronca nos políticos de direita que já discutem nomes de presidenciáveis para 2026 para o lugar de Bolsonaro, que está inelegível. E lembrou que em 2018, quando Lula estava preso e não poderia ser candidato, o petista só indicou o nome de Fernando Haddad (PT) um dia antes do prazo final para a inscrição no pleito.

“Que papo é esse de vir aqui dizer que A, B ou C é candidato da direita. Calem a boca”, disse. “Nenhum filho de Bolsonaro nem ninguém da direita tem que dizer se Bolsonaro não for candidato, eu estou aqui. Isso é imaturidade política.”

Sobre Alexandre de Moraes, afirmou que achou que estava demorando muito a “chegar a minha vez. “Aí ele [Moraes] me incluiu numa investigação. É crime dar opinião? É crime dar conselho? É crime influenciar? Nós somos seres sociais. Todos nós somos hoje influenciados e influenciadores”, afirmou.

Malafaia é aliado de primeira hora de Bolsonaro e foi o principal agitador dos atos em defesa do ex-presidente nos últimos anos. Ele é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Em agosto, o pastor foi incluído no inquérito que investiga tentativa de obstrução ao processo da trama golpista em tramitação no STF. Ao voltar de viagem a Portugal, teve o passaporte e o celular apreendidos pela Polícia Federal.

Crítico de Moraes, a quem chama de ditador de toga, Malafaia classificou a operação como perseguição religiosa. “Há quatro anos, em mais de 50 vídeos, em todas as manifestações, eu venho denunciando os crimes do ditador da toga Alexandre de Moraes.”

Em outro trecho, ele disse que Lula é o verdadeiro traidor da pátria.

A Polícia Federal afirma ter identificado que Malafaia atuou em articulação com outros investigados “na definição de estratégias de coação e difusão de narrativas inverídicas, bem como no direcionamento de ações coordenadas”.

Para os investigadores, o objetivo do pastor seria “coagir os membros da cúpula do Poder Judiciário, de modo a impedir que eventuais ações jurisdicionais proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) possam contrapor os interesses ilícitos do grupo criminoso”.

O inquérito da PF também revelou mensagens entre Malafaia e Bolsonaro, nas quais o pastor critica o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.

“Esse seu filho Eduardo é um babaca”, escreveu Malafaia em 11 de julho, dois dias depois que Donald Trump anunciou a aplicação de uma sobretaxa de 50% ao Brasil, em meio a uma articulação de Eduardo nos EUA.

Para Malafaia, o deputado estava dando “a Lula e à esquerda o discurso nacionalista, e ao mesmo tempo te ferrando”.

“Um estúpido de marca maior. ESTOU INDIGNADO! Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque por consideração a você. Não sei se vou ter paciência [de] ficar calado se esse idiota falar mas [mais] alguma asneira”, escreveu o pastor.

Procurado pela Folha, Malafaia disse que não é um “superman evangélico”, que comete erros como qualquer um e que as mensagens demonstram sua proximidade com Bolsonaro. “Sou aliado, não alienado nem bolsominion.”

Ele também criticou o silêncio de outras lideranças religiosas sobre o que chama de perseguição a Bolsonaro.

Arthur Guimarães de Oliveira, Gustavo Zeitel e Karina Matias/Folhapress




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