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Marte pode ter tido água, chuva e rios em abundância, diz pesquisa

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Uma pesquisa apresentada nesta quinta-feira (10) na Reunião Nacional de Astronomia de 2025, coordenada pela Royal Astronomical Society, em Durham (Inglaterra), fez uma revelação importante sobre Marte: o planeta pode ter sido mais úmido do que pensávamos.

O trabalho observou cristas fluviais sinuosas na região de Noachis Terra e sugeriu que a água que alimentava esses rios pode ter vindo de precipitação.

Foram 15 mil quilômetros de cristas encontradas em Noachis Terra (Imagem: NASA/JPL/MSSS/Laboratório Murray)

Sinais de rios em Marte sugerem água corrente

A pesquisa foi liderada por Adam Losekoot, estudante de doutorado na Open University, e financiada pela Agência Espacial do Reino Unido.

O trabalho se concentrou no estudo de cristas sinuosas fluviais em Noachis Terra, uma região nas terras altas do sul de Marte, em busca de evidências de águas superficiais antigas. O terreno não é tão explorado quanto outras partes de Marte, mas suas características erodidas foram importantes para a descoberta. Inclusive, Losekoot chamou a região de “cápsula do tempo que registra processos geológicos fundamentais”.

Para realizar as análises, a equipe usou três instrumentos orbitais: a Context Camera (CTX) e o High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE), do Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), e o Mars Orbiter Laser Altimeter (MOLA).

O conjunto de dados obtido permitiu mapear a localização, os comprimentos e a morfologia das cristas. O resultado: a descoberta de mais de 15 mil quilômetros de antigos leitos de rios em Marte, que sugerem que o planeta foi muito mais úmido do que se pensava.

crista fluvial sinuosa encontra na região de noachis terra, em marte, que pode indicar a presença de água
Sistema de cristas é interconectado entre si (Imagem: NASA/JPL/Universidade do Arizona)

Água provavelmente veio da chuva

Os pesquisadores acreditam que essas cristas tenham se formado quando o sedimento depositado pelos rios endureceu e ficou exposto, sofrendo com a erosão.

A análise da distribuição espacial e a extensão das formas indica que a fonte mais provável de ‘abastecimento’ dos rios foi a precipitação. Isso sugere que água corrente já foi abundante no Planeta Vermelho.

Nosso trabalho é uma nova evidência que sugere que Marte já foi um planeta muito mais complexo e ativo do que é agora, o que é algo muito emocionante de se fazer.

Adam Losekoot, líder do estudo

A descoberta também indica que a água superficial pode ter sido estável em Noachis Terra há cerca de 3,7 bilhões de anos, na transição geológica entre os períodos Noachiano e Hesperiano.

Além disso, como as cristas se estendem por sistemas interconectados e longas distâncias, a região pode ter tido condições quentes e úmidas no passado.

crista fluvial sinuosa encontra na região de noachis terra, em marte, que pode indicar a presença de água
Estudo indicou que a principal fonte da água teria sido a precipitação (Imagem: NASA/JPL/Universidade do Arizona)

Leia mais:

Nova esperança para vida em Marte?

  • O estudo não discorre sobre esse tema, mas contraria a ideia de que Marte era frio e seco no passado;
  • No entanto, a possibilidade de água estável e condições favoráveis podem ser importantes para o desenvolvimento de vida no Planeta Vermelho;
  • Recentemente, a descoberta de um afloramento rochoso chamado “Kenmore” também deu indícios de um passado úmido em Marte, dando uma nova esperança para habitabilidade por lá. O Olhar Digital reportou esse caso aqui.


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