Com a consciência limpa e a palavra firme, iniciamos mais uma reflexão. E esta semana vamos debater sobre a redução da carga horária semanal, mudança esta que se encontra em pauta no Congresso e que é uma proposta de emenda na Constituição Federal. Pela ideia, passaríamos de seis dias de trabalho e um de descanso para 5 dias trabalhados e 2 de folga ou 4 dias trabalhados e 3 de descanso. Parece até um sonho, não é? No meu Instagram, realizei uma enquete perguntando se as pessoas eram a favor ou contra essa emenda. O resultado foi claro: 75% dos participantes votaram a favor da redução, enquanto 25% se posicionaram contra. Mas vamos lá!! A verdade é que essa discussão precisa ir muito além do desejo de dimunuir a carga horária.
Primeiro, temos que refletir sobre o impacto disso na economia e nos empregos. Empresas terão que reestruturar suas rotinas e, talvez, contratar mais gente para manter a produtividade. Isso pode ser uma boa notícia em termos de geração de empregos, mas, infelizmente, sem incentivos do governo, nem todas as empresas, principalmente as pequenas, terão condições de arcar com esses custos.
Por outro lado, a redução da carga horária pode significar mais tempo para a família, para o lazer e até para investir em formação pessoal. Afinal, quem nunca desejou uma folga a mais para cuidar da saúde mental e física. Estudos em outros países mostram que a redução da jornada pode até aumentar a produtividade, mas tudo depende de como será implementado.
E tem mais, o trabalhador brasileiro já sofre com baixos salários e, muitas vezes, com condições precárias de trabalho. A mudança na carga horária deve vir acompanhada de garantias de que o salário não será reduzido e de políticas que assegurem os direitos dos trabalhadores. Caso contrário, será apenas mais uma promessa vazia que beneficia poucos e prejudica muitos.
Essa PEC é, sim, um passo importante, mas não pode ser aprovada sem um amplo debate com a sociedade, sindicatos, especialistas e o setor produtivo. Qual o custo dessa mudança? Quem ganha e quem perde? Essas são perguntas que precisam de respostas claras antes de qualquer decisão.
Trabalhar menos e viver mais é um ideal pelo qual vale lutar. Mas essa luta precisa ser responsável e construída com diálogo, para que o sonho de uma jornada mais justa não vire um pesadelo para o trabalhador. Por esta semana ficamos por aqui. Mas quero saber sua opinião sobre este assunto. Concorda? Discorda? Tem algo a acrescentar? Vamos continuar essa conversa no meu Instagram: @rubenilson_campos_.