Com a consciência limpa e a palavra firme, iniciamos mais uma reflexão. E nesta semana, vamos debater o fato de que o Meteorito Bendegó não se encontra no estado da Bahia.

Pois, sinceramente, é no mínimo curioso, para não dizer revoltante, que o Meteorito Bendegó, o maior já encontrado no Brasil, esteja exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro e não no sertão baiano, onde de fato ele caiu e foi encontrado. Ora, o meteorito não pertence ao Rio, ele pertence à nossa história, à nossa terra, ao nosso povo.

Encontrado em 1784 no sertão da Bahia, precisamente no município de Monte Santo, ele é um pedaço do céu que caiu justamente aqui. Passou mais de 100 anos no chão do nosso semiárido até ser transportado com muita dificuldade para o Rio, como um presente científico para a corte. Ou seja, a peça científica mais valiosa da nossa história foi retirada do nosso território como se aqui fosse apenas um depósito de raridades a serem levadas para centros maiores.

A pergunta que fica é por que o meteorito Bendegó nunca esteve exposto em Salvador, no Museu de Ciência da Bahia, ou melhor ainda, em um centro cultural criado em seu estado de origem? Será que nossa história só vale quando está exposta em vitrines distantes?

Recentemente, depois de sobreviver ao incêndio do Museu Nacional, o Bendegó virou símbolo de resistência. Mas está resistindo longe de casa e, já passou da hora de cobrar das autoridades estaduais e federais que o Bendegó retorne para a Bahia. Se não for para Monte Santo, Euclides da Cunha ou região, que vá para Salvador, no mínimo. Nosso patrimônio não pode continuar sendo tratado como souvenir de luxo para enriquecer acervos distantes.

Trazer o Bendegó de volta não é apenas uma questão de justiça histórica, é reparação cultural e respeito ao povo do sertão.

Por esta semana ficamos por aqui. Mas quero saber sua opinião sobre este assunto. Concorda? Discorda? Tem algo a acrescentar? Vamos continuar esta conversa no meu Instagram @rubenilson_campos_

RUBENILSON CAMPOS