Roberta Luchsinger é alvo de operação da PF por suposto envolvimento em fraudes no INSS
A empresária Roberta Moreira Luchsinger, uma das alvos da operação Sem Desconto deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (18), recebeu R$ 1,5 milhão em três parcelas de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Antunes é apontado pela PF como um dos líderes de uma organização criminosa que promoveu fraudes em descontos sobre aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
De acordo com a PF, a atuação de Luchsinger “como integrante vinculada ao núcleo político da organização criminosa” é considerada essencial para a ocultação de patrimônio, movimentação de valores e gestão de contas bancárias e estruturas empresariais utilizadas na lavagem de capitais. Roberta Luchsinger é herdeira de Peter Paul Arnold Luchsinger, ex-acionista do banco Credit Suisse, e foi casada com o ex-delegado da PF Protógenes Queiroz. Ela se declara socialista e, em 2017, anunciou uma doação milionária a Lula, que na época estava sendo investigado pela Lava Jato.
A empresária é amiga de Luís Fabio Lula da Silva, um dos filhos do presidente da República, e seria um elo entre ele e o Careca do INSS para projetos na área de saúde. O portal Poder360 revelou que Edson Claro, ex-funcionário de Antunes, afirmou em depoimento à PF que o empresário pagava uma mesada de R$ 300 mil ao filho do presidente, o que Antunes nega.
Em uma conversa com Antunes, relatada pela PF ao STF, Roberta Luchsinger tenta tranquilizá-lo em relação às reportagens que o ligam ao filho de Lula. “Na época do Fábio [em governos anteriores de Lula], falaram de Friboi, de um monte de coisa o (sic) maior… igual agora com você”, diz ela em um áudio enviado ao Careca do INSS, referindo-se a rumores disseminados pela oposição.
O presidente Lula afirmou que, caso seu filho esteja envolvido nas fraudes no INSS, ele será investigado. “Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso será investigado”, declarou. O advogado Bruno Salles, que representa Roberta Luchsinger, afirmou que a empresária foi contratada por Antunes para consultoria empresarial na área de regulação e que ela não sabia do envolvimento dele com a máfia do INSS.
A PF também informou em relatório enviado ao STF que a Brasília Consultoria Empresarial Ltda., que fez os repasses a Roberta Luchsinger, é uma “empresa de fachada do grupo de Antônio Camilo Antunes”. Os recursos transferidos à empresária, segundo a PF, foram justificados por serviços que não foram realizados. Os pagamentos da Brasília Consultoria Empresarial Ltda à RL Consultoria e Intermediações previam “pagamentos de R$ 100 mil para cada projeto específico” mencionado no contrato entre as empresas.
Os projetos, denominados “Projeto Energia”, “Projeto Esmagadoras” e “Projeto Hidrogênio”, “fugiam por completo das atividades da Brasília Consultoria Empresarial Ltda”. Os pagamentos feitos por Antunes a Roberta Luchsinger foram realizados em cinco parcelas de R$ 300 mil, por meio da Brasília Consultoria Empresarial S/A. Em uma das mensagens apreendidas pela PF, Antunes faz referência à necessidade de realizar mais um pagamento de R$ 300 mil.
A PF também relatou que, ao ser questionado por um funcionário sobre o destinatário dos valores, Antunes respondeu: “O filho do rapaz”. Em seguida, ele recebeu uma mensagem com o comprovante de pagamento de R$ 300 mil para a RL Consultoria e Intermediações Ltda, quantia que, segundo as mensagens, seria destinada ao “filho do rapaz”.
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