A cidade de Euclides da Cunha acordou mais silenciosa neste 6 de julho de 2025, marcada pela perda de um dos seus personagens mais emblemáticos: Elias da Maria Senhora, também carinhosamente lembrado como Elias Maluco.

Filho de Maria Senhora, doceira muito querida que também já deixou saudades, Elias foi mais que uma figura folclórica ou excêntrica: ele foi o coração do rock no sertão baiano.

Um legado de som e alma

Foi em 1987 que Elias cravou seu nome na história cultural da cidade ao fundar o icônico bar A Falange do Rock. O local se transformou em um verdadeiro santuário musical para jovens e adultos, unindo gerações ao som de Raul Seixas, Beatles, Dire Straits, Pink Floyd, entre tantos outros clássicos, tocados em uma velha vitrola que virou símbolo de resistência cultural.

Quem cresceu em Euclides da Cunha e hoje passa dos 40 anos guarda, com carinho, a lembrança das tardes embaladas pela trilha sonora que começava ali — entre uma cerveja gelada, amigos reunidos e sonhos que pareciam possíveis, mesmo em meio à aridez do sertão.

Músico, técnico e figura inesquecível

Técnico em Eletromecânica e apaixonado por música, Elias também foi baterista da banda The Lunik Som, reforçando seu amor incondicional pela arte. Sua presença marcante pelas ruas da cidade, sempre ao volante de um carro antigo, era impossível de passar despercebida. Um símbolo de outra época — aquela em que viver com intensidade era uma escolha e um ato de coragem.

Presença eterna no coração do sertão

A partida de Elias deixa um vazio irreparável. Mas sua essência permanece viva nas histórias, nas músicas, nas lembranças e nos corações de todos que tiveram a sorte de conhecê-lo — pessoalmente ou por meio do legado que construiu.

Hoje, Euclides da Cunha se despede não apenas de um homem, mas de um movimento, de uma época, de um espírito livre que ajudou a moldar a identidade cultural de toda uma geração.

Elias foi, é e continuará sendo o ícone do rock no sertão.

DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO

*Com informações do Portal Euclidense