O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou uma sessão no plenário da Casa para esta quarta-feira (6/8), às 20h30 (horário de Brasília), mesmo com a ocupação de bolsonaristas no local. Na reunião com líderes partidários, Motta decidiu que presidirá pessoalmente a sessão e ameaçou suspender o mandato de deputados que resistirem a sair da Mesa Diretora.
Os parlamentares de oposição, no entanto, resistiram em permanecer ocupando a mesa. O clima no local foi de bastante tensão. A Polícia Legislativa foi convocada para o Salão Verde. Mesmo com a chegada do horário previsto, a sessão não foi iniciada.
Por volta das 22h10, o presidente da Câmara, Hugo Motta, tentou dar início à sessão, mas deputados de oposição resistiram em deixar a Mesa Diretora. Houve empurra-empurra.
O acordo entre os líderes é abrir a sessão, o presidente fazer um pronunciamento e encerrar a sessão.
Após muita conversa, os deputados de oposição que ocupavam a mesa deixaram as cadeiras na Mesa Diretora.
Hugo Motta deu início à sessão às 22h20.
O presidente fez uma fala dura, com críticas à oposição, e chamando ao diálogo.
Ele destacou que a oposição tem direito de se manifestar, mas obedecendo o rito.
Ele disse, ainda, que os parlamentares não podem defender projetos pessoais e eleitorais.
Ele ressaltou que atos como os que ocorreram na Casa não serão permitidos.
Acrescentou, ainda, que não está na presidência para ser conivente com pautas que só tenham um lado.
A fala de Motta foi encerrada por volta das 22h40.
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Combinado
Pelo acordo fechado no encontro, líderes e Motta vão caminhar juntos, da presidência ao plenário da Câmara, em um sinal de união contra o movimento feito por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão de Motta já foi publicada pela Secretaria Geral da Mesa Câmara, que estabelece que deputados que não colaborarem para que a ordem no plenário seja restabelecida poderão sofrer suspensão do mandato por até seis meses.
“Quaisquer condutas que tenham por finalidade impedir ou obstaculizar as atividades legislativas sujeitarão os parlamentares ao disposto no art. 15, inciso XXX, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (suspensão cautelar do mandato por até seis meses)”, diz a norma publicada.
Mais cedo, a oposição anunciou que a reunião do grupo com Motta havia terminado sem acordo e que, por isso, manteria a ocupação do plenário.
“Tivemos uma reunião com o presidente Hugo Motta – sem resultado, mas de muito respeito. Mas, de posicionamento, estamos reafirmando que não sairemos do plenário até que haja uma definição sobre as pautas que vocês já sabem”, disse o líder da oposição na Casa, Zucco (PL-RS).
Ocupação dos plenários já dura mais de 24 horas
Depois da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), bolsonaristas passaram a ocupar as Mesas Diretoras dos plenários da Câmara e do Senado na terça-feira (5/8).
Os parlamentares exigem que “um pacote da paz” seja votado, para só assim pararem de obstruir os trabalhos do Legislativo. As medidas defendidas pelo grupo são: a votação do PL de anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), classificou a ação do grupo como “arbitrária” e pediu diálogo. Em uma reunião com líderes, Alcolumbre disse que não aceitará “ser chantegeado” e marcou uma sessão virtual para quinta-feira (7/8).
Colaboraram: Evellyn Paola, Augusto Tenório, Giovanna Estrela, José Augusto Limão, Deivid Souza e Sam Pancher.
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