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Mulheres afro-latinas participam da 2ª marcha das mulheres negras em brasília contra a discriminação

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A opressão enfrentada por mulheres pretas e pardas brasileiras, devido ao racismo, sexismo e desigualdade social, também se manifesta em países latinos e caribenhos. Centenas de mulheres afro-latino-americanas, afro-caribenhas e da diáspora se uniram a aproximadamente 500 mil participantes na 2ª Marcha das Mulheres Negras de 2025, que ocorreu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A marcha reuniu ativistas de diversos países, como Panamá, Colômbia, Uruguai, Cuba, Peru e Honduras, que compartilham o objetivo comum de lutar contra a discriminação racial e de gênero, buscando reparação, bem-viver e respeito. As participantes relataram diversas formas de violência racial e desigualdade que afetam as mulheres negras em seus países de origem, e destacaram a importância da marcha como um instrumento de luta e visibilidade para suas demandas. Após a marcha, as mulheres retornam aos seus territórios com o objetivo de continuar lutando por acesso à saúde, educação de qualidade, emprego, renda, visibilidade em censos e estatísticas e pelo fim da violência contra as mulheres negras.

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Participação internacional na marcha das mulheres negras

Juana Lopez, defensora dos Direitos Humanos e do combate à discriminação racial no Panamá, considera a manifestação em Brasília como uma grande marcha global, ressaltando a necessidade de todos os países lutarem pelos direitos das mulheres negras e exigirem respeito dos governos. Alba Nelly Mina, cantora e compositora da Colômbia, país com uma das maiores populações negras da América Latina, vê a marcha como um instrumento poderoso para as mulheres negras mudarem o mundo, defendendo o direito ao bem-viver para todas. María Elvira Solís Segura, atriz, escritora e cantora de Tumaco, Colômbia, dedica seu ativismo político ao apoio aos antepassados e à sabedoria comunitária, lutando por dignidade, bem-viver e liberdade. Giovana León, representando o Uruguai, onde apenas 10% da população se identifica como afrodescendente, relata as diferentes violências que as mulheres negras sofrem diariamente, destacando a importância da marcha para visibilizar todas as mulheres e garantir o direito a uma vida sem violência.

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Violência racial e a busca por visibilidade

Giovana León, do Uruguai, enfatiza que a violência racial é a principal forma de opressão enfrentada pelas mulheres negras, afetando crianças, adolescentes e adultos em todos os momentos e lugares. Para ela, a marcha é essencial para dar visibilidade a todas as mulheres e garantir o direito a uma vida livre de violência.

Justiça reparativa e a luta contínua contra a discriminação

Maydi Estrada Bayona, professora da Faculdade de Filosofia e História da Universidade de Havana, Cuba, que visita o Brasil pela primeira vez, destaca que a marcha é um acontecimento histórico que faz justiça reparativa às memórias dos ancestrais que lutaram pelo direito à vida, ao amor, aos sonhos, às terras, aos próprios corpos e ao conhecimento. Ela ressalta que as novas gerações estão gritando porque os problemas de discriminação e violência contra pessoas negras continuam sendo cíclicos, e a marcha é um ato de liberdade e justiça reparativa. Ernestina Uchoa, do Peru, descendente de africanos escravizados, integrante da Rede de Mulheres Afro Latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora (RMAAD), enfatiza a necessidade de lutar pela igualdade e pelo respeito às mulheres negras, unindo-se a suas irmãs nessa causa. Jimena Calderon, de Honduras, expressa a união de todas para construir um caminho decolonial e antipatriarcal, afirmando que a marcha vale a pena e transformará suas vidas.

Após a 2ª Marcha das Mulheres Negras de 2025, as participantes se sentem estimuladas a continuar lutando em seus territórios por seus direitos. Saiba como você pode apoiar o movimento e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br


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