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Na Cúpula do Mercosul, Lula critica possível intervenção dos EUA na Venezuela e diz que “seria uma catástrofe”

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Na Cúpula do Mercosul, Lula critica possível intervenção dos EUA na Venezuela e diz que “seria uma catástrofe”

Lula defende acordo com a União Europeia e critica intervenção dos EUA na Venezuela na Cúpula do Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na manhã deste sábado (20) durante a abertura da Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, Paraná. Em sua fala, Lula enfatizou a necessidade de concluir o acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia, além de criticar uma possível intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela, a qual classificou como uma “catástrofe humanitária”.

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Lula alertou sobre o que chamou de retorno de ameaças militares externas à América do Sul, fazendo uma referência histórica ao conflito das Malvinas e à presença de potências estrangeiras na região. “Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados. Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, afirmou.

A reunião do Mercosul, que inicialmente seria um momento de celebração com a assinatura do aguardado acordo comercial, foi impactada por um pedido da Itália que adiou a conclusão do entendimento, transferindo a decisão definitiva para o início de 2026. Lula lamentou o adiamento e atribuiu o impasse à falta de consenso político entre os países europeus, especialmente em relação à proteção de seus setores agrícolas. “Infelizmente a Europa ainda não se decidiu. Líderes europeus pediram mais tempo para discutir medidas nacionais de proteção agrícola. Recebi ontem, do presidente da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, carta em que ambos manifestam expectativa de ver o acordo aprovado em janeiro. Sem vontade política e coragem dos diligentes não será possível concluir uma negociação que se arrasta por 26 anos. Enquanto isso, o Mercosul seguirá trabalhando com outros parceiros”, declarou.

Apesar do atraso, Lula ressaltou a importância estratégica do Mercosul no cenário internacional, afirmando que o bloco continua atraindo o interesse de diversos países. “Eu posso dizer para vocês que o mundo está ávido a fazer acordo com o Mercosul. Tem muitos países querendo fazer acordo com o Mercosul. E nós, certamente, vamos conseguir nesse período fazer os acordos que não foram possíveis realizar na minha presidência”, disse.

Na sexta-feira (19), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também comentou sobre o adiamento, expressando a expectativa do governo brasileiro por uma definição em breve. “Esperamos que seja um adiamento curto… É importante para a União Europeia, para o Mercosul e para o mundo. Porque é uma sinalização de que é possível avançar com o livre mercado e com o multilateralismo”, afirmou Alckmin em entrevista à imprensa.

O acordo enfrenta forte resistência dentro da União Europeia, especialmente de agricultores que promovem protestos contra o pacto. No entanto, o chanceler alemão Friedrich Merz e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, demonstraram confiança na possibilidade de assinatura do acordo em janeiro, apesar do apoio insuficiente evidenciado na última cúpula do bloco europeu. Alckmin também abordou as negociações comerciais em andamento com outros países, mencionando que o Brasil espera avançar até julho em entendimentos para ampliar linhas tarifárias de preferência com o México, minimizando os impactos de novas tarifas impostas pelo país. “Se imaginava anteriormente que teria um impacto de US$ 1,6 bilhão em exportações, na realidade está em torno de US$ 600 milhões com essa nova lei mexicana”, afirmou.

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