Desde setembro de 2024, ser sócio do Bahia deixou de significar, automaticamente, ter acesso garantido aos jogos na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. O clube implementou um novo modelo de associação que exige dos torcedores a realização de um check-in pago para garantir presença nas partidas. E as mudanças não param por aí: a partir de julho deste ano, entra em vigor o Ranking do Torcedor, que determina a ordem de prioridade no check-in com base na assiduidade e na antiguidade dos sócios.
Em entrevista ao BN na Bola, podcast esportivo do Bahia Notícias, realizada na última terça-feira (3), o diretor de Operações e Relações Institucionais do Bahia, Vitor Ferraz, explicou os motivos e os detalhes da idealização do novo modelo, no qual ele revelou que foi desenvolvido em conjunto com o grupo City Football, controlador da SAF do Esquadrão.
“A gente respeita a dor do torcedor, mas o acesso garantido era um produto com data de validade. Só não acabou antes por causa da pandemia. Chegou o momento de fazer essa mudança com muito cuidado. Não é só sobre arrecadar, é sobre democratizar o estádio e fazer justiça com quem quer estar na Fonte Nova”, afirmou Ferraz.
Foto: Igor Barreto/Bahia Notícias
MOTIVO DAS MUDANÇAS
O modelo anterior, de acesso garantido, apresentava um problema: quase metade dos sócios não compareciam aos jogos. Um levantamento do próprio clube revelou que, em média, 42% dos sócios com acesso garantido não iam às partidas. Isso gerava uma falsa percepção de estádio lotado, além de impedir que mais torcedores, inclusive não-sócios, pudessem adquirir ingressos.
“Quando você olha para o setor mais concorrido, que é o Norte, mesmo no jogo de maior procura, 10% dos sócios desse setor não foram. E em outros setores esse número chega a 30%. Então, se todo mundo quiser ir, cabe. Mas, na prática, sempre tem quem não vá por motivos pessoais”, explicou o dirigente.
Diante desse cenário, o clube entendeu que era hora de modernizar o programa de sócios, adotando práticas vistas em grandes clubes do Brasil e do exterior, mas com uma adaptação à realidade do Bahia.
COMO FUNCIONA O CHECK-IN PAGO
Desde setembro de 2024, todos os sócios precisam realizar um check-in antes de cada jogo e pagar uma taxa adicional correspondente a 15% do valor do ingresso do setor. Por exemplo, um sócio do setor Norte, que paga R$ 124,90 mensais, desembolsa mais R$ 12 para garantir presença em cada partida.
O Lounge Premium segue como exceção: continua no modelo anterior, com acesso garantido, mas com reajuste de R$ 100 na mensalidade.
O QUE É O RANKING DO TORCEDOR?
A partir do jogo contra o Juventude, no dia 23 de julho de 2025, o Bahia implementa o Ranking do Torcedor, que organiza os sócios em três grupos de prioridade para realização do check-in. Quanto mais pontos, maior a prioridade para garantir lugar no estádio.
O sistema leva em conta dois critérios principais:
- Antiguidade: quem é sócio desde 2013, quando o clube foi democratizado, sai na frente com até 4 pontos.
- Assiduidade: a cada bloco de 6 jogos, quem compareceu aos seis ganha 6 pontos. Quem foi a 5, ganha 5, e assim por diante.
“A maioria dos clubes coloca quem paga mais na frente. O Bahia não vai fazer isso. A disputa é dentro do próprio setor. Quem paga o mesmo que você, compete com você. Não é justo alguém ser prejudicado só porque não pode pagar mais caro. Aqui, a lógica é de equidade”, reforçou Vitor.
COMO SERÁ NA PRÁTICA?
O check-in será dividido em três janelas:
- Sócios com 8 pontos ou mais (máxima prioridade).
- Sócios com 5 a 7 pontos.
- Sócios com 0 a 4 pontos.
Se o torcedor não fizer o check-in na sua janela, corre o risco de ficar sem ingresso, já que os lugares começam a ser liberados para quem está nas etapas seguintes, outros planos ou até para o público geral.
A meta do Bahia é clara: abrir espaço para mais sócios. Atualmente, a capacidade da Casa de Apostas Arena Fonte Nova para o programa de sócios tem um teto técnico, e existe uma fila de espera de milhares de torcedores interessados. O novo modelo permite que o clube amplie gradativamente o quadro de associados sem prejudicar quem realmente frequenta os jogos.
“Nosso desafio é equilibrar os pratos: a necessidade do clube de gerar receita, competir no mais alto nível e, ao mesmo tempo, respeitar a nossa história e a realidade do nosso torcedor. O grupo City entende isso, dá autonomia, e nós fazemos esse modelo respeitando o que é ser Bahia”, concluiu Ferraz.
GAMEFICAÇÃO
Além do ranking, a reportagem do Bahia Notícias apurou que o Tricolor de Aço já trabalha em um sistema de gameficação. O modelo visa transformar a relação dos sócios com o clube. Assim como programas de milhas, os torcedores acumularão pontos que poderão ser trocados por experiências, produtos e benefícios exclusivos.
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