O vereador Kiki Bispo (União) 06 de fevereiro de 2025 | 14:09
‘Não há motivo para desespero’, diz Kiki Bispo após Carlos Muniz indicar presidente da CCJ e assumir controle das principais comissões
Líder do governo na Câmara de Salvador, o vereador Kiki Bispo (União) minimizou as manobras do presidente da Casa, Carlos Muniz (União), para assumir o controle das comissões permanentes mais importantes do Legislativo municipal.
O tucano emplacou aliados nas presidências das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Finanças e Orçamento, as duas mais importantes da Câmara, por onde passam todos os projetos em tramitação. Além disso, os principais colegiados foram formados com a maioria das cadeiras ocupadas por edis que sofrem influência direta de Muniz.
“O presidente Muniz sempre foi correto com o governo. Aprovou todas as matérias do Executivo nos dois últimos anos, e vamos seguir juntos. Não há motivo para desespero. Pelo contrário, já que a CCJ só ficou com um membro da oposição e seis do governo. Não acreditamos que vamos ter dificuldade”, declarou Kiki ao Política Livre.
As 13 comissões permanentes da Câmara foram instaladas na manhã desta quinta-feira (06), cada uma com sete integrantes titulares e dois suplentes. Diagnosticado com Covid-19, Carlos Muniz não esteve presente. Para a CCJ, o vereador Sidninho (PP), um dos mais próximos do tucano e que andou se queixando do tratamento do Executivo, foi eleito por unanimidade presidente. Muniz recusou a indicação do vereador Duda Sanches (União) para presidir o colegiado.
Já para a Comissão de Finanças e Orçamento, o escolhido, também de forma unânime, foi o vereador Daniel Alves, que é ligado aos deputados federais Leo Prates (PDT) e Adolfo Viana (PSDB) e ao deputado estadual Tiago Correia (PSDB), mas também tem uma relação pessoal e política de proximidade com Muniz.
Diante do impasse nas negociações sobre o comando da Secretaria Municipal de Educação (Smed), pasta que os tucanos almejam assumir, conforme acordo firmado entre a cúpula do PSDB e o prefeito Bruno Reis antes das eleições de 2024, Carlos Muniz decidiu tirar o comando da CCJ do União Brasil e ampliar a influência sobre as comissões, com poder ampliado para dificultar a tramitação de projetos do Executivo, caso tenha interesse em fazê-lo.
Kiki disse que o espaço do PSDB na Prefeitura será resolvido com de forma pacífica. “Entendo que, em qualquer Parlamento, pode haver pontos divergentes, mas acredito que o diálogo vai prevalecer. Além disso, do ponto de vista do governo tanto Sidninho quando Duda Sanches são da base. Ou seja, a CCJ está bem representada. Sidninho tem boa relação com o prefeito”, pontuou o líder.
“E mais: o União Brasil vai presidir a Comissão de Planejamento Urbano de Meio Ambiente, com o vereador Paulo Magalhães Júnior. É o colegiado por onde vai passar o projeto de revisão do PDDU, e tem poder equivalente com a CCJ. Na minha avaliação, houve aí uma troca, e o PP também é da nossa base”, complementou Kiki.
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