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Novo advogado de Zambelli diz que prisão na Itália é provável, mas acredita em habeas corpus

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Novo advogado de Zambelli diz que prisão na Itália é provável, mas acredita em habeas corpus

Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados/Arquivo
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) 12 de junho de 2025 | 18:00

Novo advogado de Zambelli diz que prisão na Itália é provável, mas acredita em habeas corpus

A defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) se prepara para a provável prisão dela na Itália nas próximas horas ou dias, mas diz estar confiante de que ela rapidamente conseguirá um habeas corpus.

“Existe grande probabilidade de ela ser presa, isso pode acontecer a qualquer momento. E daí vamos fazer um recurso, apresentar um habeas corpus. Ela tem moradia na Itália, acreditamos que conseguirá”, diz o novo advogado da parlamentar, Fábio Pagnozzi, que assumiu a defesa dela na semana passada, após a saída de Daniel Bialski do caso.

Zambelli teve o pedido de extradição enviado pelo Brasil à Itália nesta quarta-feira (11), para que cumpra a pena de dez anos de prisão por envolvimento com o hacker Walter Delgatti, que invadiu sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A deputada, segundo seu advogado, está em uma casa em Roma evitando sair às ruas, mas não está se escondendo da polícia.

Zambelli pretende lutar contra a extradição, e para isso contratou também o advogado italiano Pieremilio Sammarco, especializado em causas do tipo.

Ela aceitaria cumprir pena no país europeu, segundo Pagnozzi, acreditando que seria melhor do que ir para a cadeia no Brasil.

“Uma coisa que pesa é a conjuntura no Brasil, onde não há equilíbrio político nem clima no STF para que haja um tratamento justo e equilibrado do caso dela. Na Itália, isso é diferente, inclusive por ser um país mais de direita”, diz o advogado. A Itália é atualmente governada pela primeira-ministra direitista Giorgia Meloni.

Ele acredita que há grandes chances de a extradição ser negada pela Justiça italiana, e não apenas pelo fato de Zambelli ter cidadania do país europeu.

“O que vai contar muito é a tipificação do crime. No caso dela, não parece ser grave o suficiente para que seja extraditada. Também não vejo precedente para isso. Mas é uma decisão que cabe à Justiça italiana, claro”, diz o advogado.

Pagnozzi diz que tem falado com Zambelli frequentemente e que ela se sente abandonada por aliados.

“Ela está com as redes suspensas, impossibilitada de pedir doações. Está sobrevivendo com o que sobrou de suas economias. Não vai aguentar muito tempo. Ela está se sentindo abandonada, sente isso na pele”. Da cúpula do PL, o único que tem dado atenção a ela, buscando informações, é o líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).

Outra estratégia da defesa é buscar revisão criminal no STF, embora as chances de sucesso sejam consideradas pequenas. Esse instrumento é possível quando fatos novos que podem mudar a convicção dos juízes surge.

O que pode ensejar esse pedido é o fato de o ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Oliveira, do governo Jair Bolsonaro, ter negado em depoimento ao STF nesta semana um encontro com Delgatti. A ação deve ser apresentada na semana que vem.

Zambelli também acompanha à distância a decisão da Câmara dos Deputados de autorizar sua prisão, como manda o regimento da Casa. Para isso, é necessário o voto de 257 deputados chancelando a sentença do STF.

Num primeiro momento, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu apenas seguir a ordem do STF, declarando a prisão sem avaliação da Casa.

Na última segunda-feira (9), Pagnozzi enviou a Motta uma contestação, dizendo que isso poderia criar um grave precedente. O presidente da Câmara então recuou e promete submeter o tema ao plenário.

A defesa da parlamentar reconhece que no momento a perspectiva de vitória no plenário não é favorável a ela, que tem a oposição de partidos de esquerda e a antipatia de parte dos bolsonaristas.

Os aliados do ex-presidente atribuem a Zambelli a derrota na eleição de 2022, por ela ter perseguido um homem com uma arma na véspera do segundo turno.

Fábio Zanini/Folhapress




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