Nem Bahia, nem Vitória. Em 2021 e 2022, quem mandou no futebol baiano foi o Atlético de Alagoinhas. Com um time cascudo, elenco entrosado e apoio fervoroso no Carneirão, o Carcará voou alto, bateu favoritos e conquistou o que até então parecia utopia: dois títulos consecutivos do Campeonato Baiano.
Esse momento icônico do esporte do estado foi o escolhido para o sétimo e último episódio de uma série especial que o Bahia Notícias conta neste sábado (2). A ideia da série é destacar grandes equipes do futebol baiano que fizeram história, deixaram fãs apaixonados e marcaram seus nomes nos estádios.
2021: CAMPANHA RUMO AO 1° TÍTULO
A 117ª edição do Campeonato Baiano começou em fevereiro e teve o Atlético conquistando vaga no mata-mata como 4º colocado da fase de grupos, com 13 pontos em 10 jogos. A estreia no Baianão aconteceu no dia 21 de fevereiro, com vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense de Feira.
Na semifinal, o Atlético enfrentou a Juazeirense. No jogo de ida, venceu por 2 a 1 fora de casa e levou a vantagem para a volta. Nas penalidades, após empate e defesas de Fábio Lima, garantiu vaga na final contra o Bahia de Feira.
Foto: Divulgação/Atlético de Alagoinhas
Pela primeira vez na história, a final envolveu dois clubes do interior. No jogo de ida (16 de maio, no Carneirão): empate em 2 a 2 — Jarbas abriu o placar, Ronan empatou de pênalti e houve nova troca de gols pelos dois times.
Jogo de volta (23 de maio, na Arena Cajueiro): placar de 3 a 2 para o Atlético. Gol contra abriu o placar e foi seguido com gol de Ronan, de pênalti, com Dionísio ampliando e Marcone Pelé fazendo o segundo do Bahia de Feira nos acréscimos.
Foto: Max Haack/Bahia Notícias
A equipe escalada por Sérgio Araújo atuou com Fábio Lima; Edson, Iran, Bremer, Radar; Gilmar, Willian Kaefer; Dionísio, Miller (Jerry), Ronan, Vitinho (Emerson). Foi o primeiro título estadual do clube e garantiu vagas para as principais competições nacionais de 2022.
2022: CONSOLIDAÇÃO E BI-CAMPEONATO
Na 118ª edição do Baianão, Bahia e Vitória foram eliminados ainda na fase de grupos — algo inédito na história do campeonato. O Atlético de Alagoinhas terminou a primeira fase em 2º lugar, com 17 pontos, cinco vitórias, dois empates, 22 gols marcados e 11 sofridos, atrás apenas do Jacuipense.
A semifinal foi decidida em duas vitórias por 1 a 0: primeira em Feira de Santana (Arena Cajueiro), e a segunda em Alagoinhas (Carneirão). Muller e Cesinha marcaram na ida, e o segundo jogo confirmou a classificação para mais uma final.
Foto: Mr Fotografia/Atlético de Alagoinhas
No jogo de ida, realizado no dia 3 de abril, no Carneirão, empate em 1 a 1. Na volta (10 de abril, no Valfredão em Riachão do Jacuípe): Atlético venceu por 2 a 0 com gols de Thiaguinho (rebote aos 14’) e Paulinho (rebote após defesa de pênalti por Mota), fechando o agregado em 3 a 1 e garantindo o bicampeonato.
Na campanha de 2022, disputou 13 jogos com 8 vitórias, 3 empates e apenas 2 derrotas, saldo de +11 gols, artilharia com Miller (6 gols) e Thiaguinho (5), composição técnica reconhecida com jogadores como Miller, Dionísio, Paulinho, Railan e treinador Rodrigo Chagas, eleito melhor técnico. O clube também figurou com vários jogadores na seleção do campeonato.
Foto: Max Haack/FBF
PROJEÇÃO
As conquistas de 2021 e 2022 representaram o ponto mais alto da história do Atlético de Alagoinhas até aqui, mas o clube mira ainda voos maiores. Em entrevista concedida ao Bahia Notícias em março de 2025, o presidente Albino Leite destacou que o próximo passo é transformar o Carcará em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), buscando um investidor para profissionalizar a estrutura e viabilizar o acesso à Série B do Brasileirão nos próximos anos.
“A sobrevivência do Alagoinhas Atlético Clube chama-se SAF. Não temos condições, não podemos. Existem muitas coisas que acontecem dentro do clube. A sobrevivência dele depende muito do presidente, da força de vontade, do caráter do presidente e de buscar recursos. Mas o que estamos vendo no cenário nacional é que isso não é suficiente. Precisamos de parceiros fortes para atingir grandes objetivos e, quem sabe, chegar à Série B em cinco anos”, afirmou o dirigente.
Segundo Albino, o Atlético já demonstrou força sem o apoio de investidores — com títulos estaduais e boas participações na Série D —, mas o modelo SAF permitiria estruturar melhor o clube, dentro e fora de campo. Ele projeta avanços a partir da eleição do novo Conselho Deliberativo, para abrir caminho para futuras negociações com empresários interessados.
“Se sem recursos nós conseguimos ser vice-campeão, campeão, bicampeão baiano e disputar a Série D de forma competitiva, imagine com uma SAF, com recursos financeiros e um staff bem montado, sabendo buscar jogadores no mercado”, concluiu.
Descubra mais sobre Euclides Diário
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.