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Opinião: Por que “Chef de Alto Nível”, o reality gastronômico da Globo, não emplacou?

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Opinião: Por que “Chef de Alto Nível”, o reality gastronômico da Globo, não emplacou?

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A emissora vendeu um grande evento gastronômico com Ana Maria Braga, mas entregou um reality apressado, irregular e pouca identidade

A Globo apostou alto em “Chef de Alto Nível”, reality culinário que chegou à grade com Ana Maria Braga como grande chamariz e um cenário impressionante, com três cozinhas em níveis diferentes. Mas, passadas algumas semanas, o programa parece não ter engrenado e virou alvo de críticas nas redes sociais. A sensação geral é que o reality “flopou”, e os motivos ajudam a explicar o descompasso entre expectativa e realidade.

O primeiro ponto levantado por muitos telespectadores é a subutilização de Ana Maria Braga. A apresentadora, que poderia ser o coração do programa, aparece mais como uma figura de bastidor, acompanhando familiares dos competidores e interagindo pouco com os desafios. É como se a Globo tivesse chamado uma de suas maiores estrelas para brilhar… mas a deixasse na penumbra.

Outro fator que gerou estranhamento é a mistura confusa de categorias: amadores, profissionais e influenciadores competem juntos, mas os critérios de avaliação não ficam claros. Para quem assiste, é difícil torcer ou se envolver com a trajetória dos participantes, já que o reality não constrói uma hierarquia emocional nem deixa evidente quem realmente é o “alto nível” prometido pelo título.

As comparações com o “MasterChef Brasil”, da Band, também pesaram. O reality da Globo parece uma versão apressada, que foca mais em estética e tensão forçada do que em narrativa. O público sente falta do desenvolvimento de histórias pessoais e do vínculo emocional que realities de culinária costumam construir com seus competidores.

Além disso, o formato, que parecia ousado, acabou soando pouco inovador. Fora o cenário em três andares, pouco se diferencia de outros realities do gênero. Em alguns episódios, inclusive, a pressa em eliminar participantes — houve uma edição com três eliminações de uma vez — reforçou a sensação de um programa apressado, sem tempo para fazer o público criar empatia.

No fim das contas, “Chef de Alto Nível” escorregou em um dilema clássico da TV: prometeu mais do que entregou. A Globo vendeu um grande evento gastronômico com Ana Maria Braga, mas entregou um reality com formato híbrido, ritmo irregular e pouca identidade. O resultado é um programa visualmente bonito, mas sem alma, que tenta misturar tudo — de influenciadores a chefs estrelados — e acaba não conquistando ninguém por inteiro.

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