A base aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta terça-feira (5), que dará início a um movimento de obstrução no Congresso Nacional. A decisão foi comunicada pelo líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), como forma de protesto contra a prisão domiciliar imposta a Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Estamos em obstrução a partir de hoje”, afirmou Marinho durante coletiva de imprensa em frente ao Congresso, na volta do recesso parlamentar. A medida impede votações nas duas Casas Legislativas e deve ser mantida enquanto não forem pautadas demandas da oposição, como o impeachment de Moraes, o fim do foro privilegiado e a votação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, atualmente parado na Câmara.
A obstrução será feita com ocupações das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara, para impedir a deliberação de matérias em plenário.
Além de Marinho, participaram do anúncio parlamentares ligados a Bolsonaro, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que classificou a decisão de Moraes como “ilegal e imoral”. Ele também negou que a divulgação de vídeos do pai e sua ligação com o ato realizado no último domingo (3) tenham violado medidas cautelares anteriores impostas pelo STF.
Também estavam presentes os deputados Luciano Zucco (PL-RS), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Carlos Jordy (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP), Carol de Toni (PL-SC), Marcos Pontes (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Bia Kicis (PL-DF), além das senadoras Tereza Cristina (PP-MT) e Damares Alves (Republicanos-DF) e do deputado Evair de Melo (PP-ES).
Durante o ato, os congressistas apresentaram um “pacote para a paz”, que, segundo Flávio Bolsonaro, tem o objetivo de “pacificar o país”. O conjunto de propostas inclui o fim do foro privilegiado, a anistia ampla aos envolvidos no 8 de Janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Marinho também criticou outra decisão recente do STF, que impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). “Fomos surpreendidos pela tornozeleira imposta ao senador Marcos do Val. Sou solidário a ele”, declarou o líder da oposição.
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada na segunda-feira (4) por Moraes, que entendeu que o ex-presidente teria produzido material para ser divulgado por aliados nas redes sociais, em violação às medidas cautelares já em vigor.
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