O ano de 2025 não foi marcado por inovações radicais ou promessas futuristas, mas sim por um processo de ajuste nas tecnologias emergentes. As inovações que antes eram apenas discutidas começaram a ser testadas na prática, revelando limites, custos elevados e decisões desafiadoras. A inteligência artificial (IA) passou a ser vista como uma infraestrutura essencial, integrando-se aos sistemas e serviços existentes, ao invés de ser tratada como um produto isolado. Essa mudança de perspectiva levou a um foco maior em como a IA pode ser utilizada de forma prática e eficiente nas operações diárias das empresas.

Dados do Stanford AI Index indicam que a adoção da IA continuou a crescer, mas com uma ênfase em aplicações específicas e repetíveis. Fabrício Carraro, Program Manager da Alura, destacou que a IA começou a ser incorporada nas ferramentas já utilizadas pelas pessoas, mudando a discussão de suas capacidades para questões de integração e retorno sobre investimento. Arthur Igreja, especialista em tecnologia, ressaltou que a IA começou a demonstrar resultados tangíveis em produtividade e redução de custos, saindo do estágio de experimentação.

Entretanto, a transição para a adoção em larga escala da IA trouxe à tona os altos custos envolvidos. Análises de consultorias e reportagens mostraram que apenas uma fração das empresas conseguiu obter um valor claro e consistente da tecnologia, levando a cortes e revisões estratégicas. Raphael Farinazzo, COO da escola PM3, observou que as empresas começaram a se aprofundar nas ferramentas de IA e a avaliar sua utilidade em processos específicos.

A MIT Technology Review descreveu 2025 como o ano da "correção de hype" da IA, onde a tecnologia continuou a avançar, mas sem as promessas exageradas do passado. A robótica também passou por um processo semelhante, avançando em áreas onde se tornou um serviço prático, como em mobilidade autônoma e logística. Dados do Stanford AI Index mostraram que frotas autônomas começaram a operar de forma contínua, com rotas definidas e métricas claras de custo e segurança.

Por outro lado, a computação quântica fez progressos significativos em termos científicos, mas ainda está distante de se tornar uma realidade prática no cotidiano. O Google anunciou um algoritmo que demonstrou a "vantagem quântica", resolvendo problemas que supercomputadores clássicos não conseguem. No entanto, os pesquisadores alertaram que a aplicação em larga escala ainda está a anos de distância, destacando a necessidade de resolver questões estruturais antes que a tecnologia se torne um produto viável.

Algumas tecnologias que chamaram atenção, como realidades virtual, aumentada e mista, e robôs humanoides, não conseguiram avançar em 2025. Apesar dos investimentos e avanços técnicos, essas inovações enfrentaram barreiras como altos custos e utilidade limitada no dia a dia. A falta de uma resposta clara sobre a necessidade de uso diário dificultou a adoção em massa.

Em resumo, 2025 foi um ano de amadurecimento forçado para a tecnologia, onde as inovações enfrentaram seus próprios limites. Embora não tenha sido um ano de revoluções, o progresso real foi alcançado por meio de uma abordagem mais prática e realista.