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Padre Bida em “Guerreiros do Sol”, Rodrigo Lelis estrela monólogo “Sr. Oculto” em Salvador

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No ano de 1886, os leitores de Londres, capital da Inglaterra, tiveram o primeiro contato com a obra de Robert Louis Stevenson, “O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde”, ou apenas “O Médico e o Monstro”. Quase 140 anos depois, com as transformações e avanços da tecnologia, a história, que se tornou um clássico do terror psicológico, ocupa o Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, no monólogo “Sr. Oculto” com produção de Marcio Meirelles, texto adaptado por Mônica Santana e estrelado pelo ator baiano Rodrigo Lelis

 

Responsável por dar vida ao Dr. Jekyll e ao Sr. Hyde, falta pouco para Rodrigo gabaritar os gêneros dramáticos. Em 11 anos de carreira profissional, o ator interpretou o cantor Caetano Veloso, no filme “Meu Nome é Gal” (2023), e atualmente, além de estar em cartaz até o dia 3 de agosto com “Sr. Oculto”, estreou como o personagem Padre Bida na novela “Guerreiros do Sol”, uma produção original Globoplay. 

 


Fotos: Estevam Avellar/Globo

 

Ao Bahia Notícias, Rodrigo descreveu a profissão de ator como um “trabalho de operário”, repetitivo. O artista teve seu primeiro contato com a atuação aos 17 anos, mas antes de bater o martelo na escolha de carreira, estudou Engenharia Civil como forma de dar “mais alegria” aos pais. 

 

“Eu queria dar um pouco mais de alegria a meu pai e a minha mãe. Minha mãe, principalmente, sempre foi muito contra assim, não no sentido de ser contra a arte, pelo contrário. Mas ela não queria, não entrava muito na cabeça dela. Meu pai sempre falou de uma formação também, de um diploma, né? Por mais que isso não valha nada, ao mesmo tempo, isso vale”, relembrou. 

 

Entretanto, o período em que esteve no curso foi descrito pelo ator como “os piores anos” de sua vida. “Eu estava virando uma pessoa completamente estranha e me sentia triste, ao mesmo tempo, ficava buscando a felicidade em coisas supérfluas e banais”, explicou. A experiência, segundo Lelis, o fez entender o que realmente gostava. 

 

O resultado está sendo colhido ao longo dos anos. Este é o segundo ano de “Sr. Oculto” em cartaz e estrelado por Lelis, que considera o monólogo um texto à frente de seu tempo. “Falar sobre a psique, falar sobre o quanto nós temos em cada um de nós o bem e o mal… Porque a Igreja Católica, de algum ponto, nos culpa pelo bem e pelo mal que estão ali presentes, mas nunca é os dois juntos. Sente o bem e o mal, nunca é as duas presentes, de estar dentro de cada um de nós”, diz Lelis. 

 

A obra acompanha a história de um médico que se isola da sociedade enquanto um monstro, criado por ele, ganha notoriedade. Na montagem em cartaz, a história ganha uma trilha sonora ao vivo e projeções visuais. Apesar da importância da história adaptada, Rodrigo alerta para seu conteúdo.

 

Durante a temporada, uma mulher chegou a desmaiar durante a apresentação e outras sete precisaram deixar o espetáculo durante seu curso devido a gatilhos. A peça aborda temas sensíveis como violência, abuso e saúde mental. 

 

“É um espetáculo que é importante e forte. Porque existem figuras que estão aí no poder, principalmente que já estiveram – ainda mais hoje em dia, pelo menos não ocupa a presidência… Mas temos no Legislativo pessoas assim. Esses ‘homens de bem’, brancos, que se acham a solução do mundo, mas, na verdade, possuem monstros horríveis que estão só acabando com tudo”, declarou. 

 

Em seu segundo ano com o espetáculo, Lelis não pretende se despedir da história e deseja retornar com os personagens até quando puder. “O Sr. Oculto precisa acontecer porque é um texto de denúncia em relação a essas mesmas pessoas, a esses monstros”, defende.

 

O texto foi o primeiro monólogo realizado por Lelis, que foi inspirado pela mãe. “Minha mãe foi o meu maior desafio, porque ela foi a pessoa que mais foi contra isso. E, por eu ter sido movido a desafios, eu estou o tempo inteiro, toda hora me desafiando. Então, nos meus 10 anos de carreira, eu quis estar sozinho [em cena]”, explicou. 

 

A peça estará disponível nas sextas-feiras, sábados e domingos, até o dia 3 de agosto, às 19h, no Museu de Arte da Bahia. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla e variam entre R$20 e R$40. 


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