Em um novo estudo publicado na revista Nature, pesquisadores sugerem que os anéis de Saturno – formados por partículas de gelo e rochas espaciais – podem ser bilhões de anos mais velhos do que pensávamos.
Entenda:
- Um novo estudo sugere que os anéis de Saturno podem ser bilhões de anos mais velhos do que se acreditava;
- Um artigo do ano passado sugeriu que os anéis de Saturno poderiam ser, na verdade, mais jovens que o planeta em si – por conta da falta de poeira espacial nos fragmentos de gelo e rochas;
- A nova pesquisa, entretanto, aponta que o acúmulo de material não é suficiente para determinar a idade dos anéis, e apresenta a hipótese de que eles sejam tão velhos quanto Saturno.
Usando dados da sonda Cassini, da NASA, autores de um estudo publicado no ano passado tiveram uma surpresa: com o passar dos anos, os corpos rochosos do nosso Sistema Solar vão ficando cheios de poeira. Os anéis de Saturno, entretanto, estavam surpreendentemente limpos.
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Com as observações, a equipe do primeiro estudo estimou que os anéis seriam muito mais novos do que o próprio planeta. O novo artigo, porém, se opõe à ideia: “O conceito de idade de exposição, que sugere que os anéis de Saturno são jovens com base no acúmulo cumulativo de material micrometeoróide escuro, não deve ser usado para estimar conclusivamente a idade dos anéis”, escrevem os autores.
Como explica a equipe, a poeira pode acabar sendo removida “por meio da colisão com Saturno, escape gravitacional ou arrasto eletromagnético para a atmosfera”. Ou seja, o fato dos anéis estarem limpos não indica que eles sejam jovens, e são necessários estudos adicionais para determinar sua idade exata e detalhes sobre sua formação – além de possíveis informações sobre outros planetas com anéis.
“Impactos de alta velocidade que levam à criação de nanopartículas e íons carregados podem potencialmente ocorrer em lugares como os anéis de Urano e Netuno e luas geladas ao redor de planetas gigantes. Embora esse mecanismo possa não alterar a composição em massa do alvo impactado, ele sugere que a composição da superfície pode mudar”, destaca a equipe.