Polícia Federal prende desembargador Macário Júdice Neto durante operação contra vazamento de informações
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (16) o desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), durante a segunda fase da Operação Unha e Carne. A operação investiga o vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun, que apurou a atuação de organizações criminosas no Rio de Janeiro e resultou na prisão do então deputado estadual Thiago Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias, em setembro.
Macário Júdice Neto foi detido em sua residência, localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O desembargador havia expedido, em setembro, o mandado de prisão contra TH Joias no contexto da Operação Zargun. Segundo a investigação da Polícia Federal, existem indícios de que o magistrado colaborou para o vazamento de informações da operação, comprometendo o sigilo das investigações.
De acordo com informações do jornalista Octavio Guedes, a PF suspeita que o desembargador tenha repassado dados sensíveis relacionados à operação, permitindo que os investigados antecipassem medidas. Na fase desta terça-feira, além da prisão preventiva do desembargador, a Justiça autorizou o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos alvos das buscas é o deputado estadual Bacellar, que é apontado pela PF como suspeito de repassar informações reservadas e de orientar TH Joias a retirar objetos de sua residência para dificultar a coleta de provas.
Em nota, a defesa de Bacellar negou qualquer envolvimento em obstrução de investigações ou vazamento de informações sigilosas. O parlamentar teve a prisão revogada no último dia 9, após decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que aprovou sua soltura com 42 votos a favor, 21 contrários e duas abstenções.
A Operação Unha e Carne ocorre no contexto da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que aborda a atuação do crime organizado no estado do Rio de Janeiro e suas conexões com agentes públicos. No julgamento da ação, o STF determinou que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre os principais grupos criminosos violentos em atividade no estado, incluindo possíveis vínculos com autoridades e servidores públicos.
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