Deputada e Walter Delgatti são acusados de fraude digital contra o Judiciário
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A denúncia aponta que a parlamentar teria encomendado a ação criminosa, que incluiu a emissão de mandados falsos contra autoridades.
PGR reforça acusações contra Zambelli e Delgatti
Segundo a PGR, Carla Zambelli teria contratado Walter Delgatti para invadir os sistemas do CNJ, onde ele fraudou documentos judiciais, incluindo um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. A ação teria sido parte de uma tentativa de desacreditar o Judiciário e gerar instabilidade política.
O órgão denuncia que Delgatti realizou diversas invasões ao sistema para emitir documentos adulterados, incluindo decisões de bloqueio de bens, quebra de sigilo e ordens de soltura ilegais. Um dos alvos dessas fraudes foi um líder do Comando Vermelho, organização criminosa com forte atuação no tráfico de drogas.
A Primeira Turma do STF já havia aceitado a denúncia da PGR em maio de 2024, tornando Zambelli e Delgatti réus no processo. Agora, a Procuradoria solicita a condenação formal de ambos pelos crimes cometidos.
Zambelli nega acusações; hacker confessou invasão
Em depoimento ao STF, Zambelli negou envolvimento, alegando que nunca solicitou invasões ou encomendou qualquer tipo de fraude digital. A deputada afirmou que apenas contratou Delgatti para serviços relacionados à segurança cibernética e que desconhecia as invasões.
Já Walter Delgatti confessou ter realizado a invasão aos sistemas do CNJ, mas alega que atuou a mando da parlamentar. Ele também afirmou ter sido prometido um indulto presidencial pelo ex-presidente Jair Bolsonaro caso fosse preso por suas ações.
PGR busca condenação de ambos no STF
Com base nas provas reunidas e nos depoimentos colhidos, a PGR pede que o STF condene Zambelli e Delgatti por crimes como invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e associação criminosa. Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar dez anos de prisão.
O caso segue em análise pelo Supremo Tribunal Federal, e a expectativa é de que o julgamento final ocorra ainda em 2025.
DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO
*Com informações do UOL