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PL da Dosimetria para em Davi Alcolumbre

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Presidente do Senado adverte ao relator do projeto de lei, deputado Paulinho da Força, de que "não há clima" para mexer com as penas impostas pelo STF aos golpistas

presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), advertiu ao deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei conhecido como PL da Dosimetria, que não há clima político na Casa para aprovar a matéria. O texto pretende reduzir as penas impostas aos golpistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — entre eles, o ex-presidentre Jair Bolsonaro.

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O aviso foi dado numa reunião, na terça-feira, na residência oficial da Câmara dos Deputados. O encontro contou também com a presença do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB); dos líderes Pedro Lucas (União Brasil-MA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL); além do deputado Allan Garcês (PP-MA), aliado de Bolsonaro. Alcolumbre recebeu a minuta do texto elaborado por Paulinho e foi incumbido de discutir o tema com os senadores, mas adiantou que, da forma como está, o PL dificilmente prosseguirá no Senado.

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O PL da Dosimetria, que originalmente era chamado de “PL da Anistia”, teve regime de urgência aprovado pela Câmara, o que permite sua votação direta em plenário, sem passar pelas comissões. Depois da aprovação da urgência, Motta designou Paulinho da Força como relator. Para tentar contornar resistências, o deputado passou a tratar a proposta com outro nome e foco, buscando distanciar-se da ideia de perdão coletivo aos golpistas, como exige o bolsonarismo dentro e fora do Congresso.

Depois de ser escolhido relator, Paulinho reuniu-se com o ex-presidente Michel Temer e com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) para discutir alternativas que evitassem questionamentos de inconstitucionalidade ao PL no STF. Desde então, o parlamentar tenta, com dificuldade, costurar um texto de consenso com diferentes bancadas — se os bolsonaristas não querem nada menos que um “liberou geral”, os governistas têm posição fechada contra qualquer hipótese de se mexer nas penas impostas aos condenados pelo Supremo. Com a resistência no Senado e a falta de consenso na Câmara, a proposta permanece em compasso de espera.

Na semana passada, o ministro Flávio Dino, presidente da Primeira Turma do STF, deu um claro recado à Câmara de que não seria conveniente mexer com a dosimetria das penas impostas aos golpistas pela Corte. “O Congresso pode mudar? Pode. Eu, particularmente, espero que não o faça, porque considero que a lei vigente é boa”, afirmou a jornalistas, em um evento do Legislativo em São Paulo. “A lei vigente que o Supremo aplicou (nas condenações até aqui) corresponde, mais ou menos, à média internacional e corresponde, também, a essa história do direito brasileiro”, argumentou Dino. O comentário do ministro, feito na sexta-feira passada, foi feito em um contexto do qual Motta sinalizava que poderia levar o PL a ser votado nesta semana.

Na terça-feira, os bolsonaristas fizeram uma manifestação em Brasília no sentido de, mais uma vez, forçar a Câmara a a votar a anistia aos golpistas. Mas pesquisas de opinião têm detectado rejeição da população ao perdão. Sondagem da Genial/Quaest divulgada ontem aponta que 47% dos entrevistados são contra liberar os condenados de pagar por se envolverem em uma trama para atentar contra o estado Democrático de Direito.

Fonte: Correio Brasiliense

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