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Por que as abelhas “explodem” ao acasalar?

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Você já ouviu falar que abelhas explodem ao acasalar? Por mais estranho que pareça, essa afirmação tem base científica e está relacionada ao comportamento reprodutivo dos zangões, os machos da espécie. O processo de acasalamento entre abelhas é tão intenso que pode levar à morte imediata do macho, com direito a um som audível e uma consequência fatal.

Neste artigo, vamos explorar o que realmente acontece durante o voo nupcial da abelha rainha, por que os zangões têm um destino tão dramático e como fatores externos, como o calor extremo, podem intensificar esse fenômeno. Prepare-se para descobrir os detalhes surpreendentes da vida sexual das abelhas.

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As abelhas realmente explodem durante a prática sexual?

O “voo nupcial” e o destino dos zangões

muitas abelhas voando em direção a caixa de produção de mel
O voo nupcial da rainha é o último voo dos zangões/Imagem: MiSchu/Shutterstock

Antes de mais nada, vamos entender por que as abelhas explodem ao acasalar naturalmente, ou seja, sem a influência de fatores externos como o calor.

Geralmente esse processo ocorre da seguinte forma: quando a rainha atinge a maturidade sexual, ela realiza o chamado “voo nupcial”, liberando feromônios que atraem dezenas de zangões. Durante esse voo, os machos competem para copular com a rainha em pleno ar. O vencedor se posiciona e insere seu órgão reprodutor, o endofalo, de forma explosiva, gerando um som que pode ser ouvido por humanos.

Para se ter uma ideia, esse processo chega a ser tão intenso que o endofalo se inverte e é ejetado com força, levando consigo parte dos tecidos internos do zangão. O resultado? O macho fica paralisado e morre logo após a ejaculação. É literalmente um caso de “morrer de amor”. Enquanto isso, a rainha continua seu voo nupcial para acasalar com mais uma dúzia de zangões.

A anatomia por trás da explosão

imagem de perto de um enxame de abelhas
A explosão do endofalo marca o fim da vida do zangão/(Imagem: wirestock/Freepik)

Sobretudo, o acasalamento é avassalador e brutal, por conta do endofalo dos zangões, que é armazenado invertido dentro do corpo. Durante o acasalamento, ele é forçado para fora com tanta pressão que utiliza grande parte do fluido corporal do inseto, chamado hemolinfa. Dessa forma, esse esforço extremo causa danos internos irreversíveis, levando à morte imediata do zangão.

Segundo especialistas como Jamie Ellisforma, professor de Entomologia da Universidade da Flórida, o processo é tão violento que o interior do órgão se torna o exterior ao ser evertido, causando uma ruptura fatal no corpo do macho.

Calor extremo e ejaculação espontânea

foto de close de várias abelhas juntas
Calor extremo pode causar ejaculação espontânea nos zangões/(Imagem: Freepik)

Agora vamos para os fatores externos que estão influenciando na morte precoce dos zangões, principalmente na Europa. Recentemente, foi descoberto que o calor excessivo também pode provocar “explosões” nos zangões.

Pesquisadores da Universidade de British Columbia observaram que, durante ondas de calor, alguns machos morrem por choque térmico e ejaculam espontaneamente, projetando o endofalo para fora do corpo de forma igualmente fatal.

Quando expostos a temperaturas de 400 °C, os zangões entram em convulsão e liberam sêmen de forma abrupta, o que resulta em uma morte extremamente dolorosa. Mesmo com uma elevação térmica de poucos graus, muitos não resistem: alguns perecem em questão de horas, e estima-se que mais da metade morra dentro de seis horas.

Esse fenômeno, que preocupa a comunidade científica, mostra como o sistema reprodutivo dos zangões é sensível e como fatores ambientais podem agravar ainda mais seu destino trágico.

Durante uma conversa com a revista Newsweek, a Dra. Alison McAfee, pesquisadora de pós-doutorado nos Laboratórios Michael Smith da Universidade da Colúmbia Britânica, explicou que os zangões podem ejacular em situações de estresse extremo, embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida.

Para reduzir as mortes de zangões causadas pelo calor, a equipe da Dra. Alison McAfee propõe resfriar as colmeias com revestimentos de poliestireno. Enquanto isso, a apicultora Emily Huxter colabora com um projeto que desenvolve alimentadores com xarope de açúcar que funcionam como estações de resfriamento, aproveitando o comportamento natural das abelhas para manter a colmeia mais fresca.

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