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Primo da bala baiana, Morango do Amor se torna sensação na web; confeitaria na Bahia já vendia doce antes da receita ser viral

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Casquinha crocante formada por açúcar caramelizado. Macio por dentro. O recheio? Um doce branco. A descrição bate com uma velha conhecida do Nordeste: a famosa Bala Baiana ou a Bala de Vidro. 

 

Mas algo está diferente. A adição de um morango e a mudança de um brigadeiro de coco por um brigadeiro de leite em pó, fez com que o velho conhecido se transformasse em uma das maiores sensações da internet nos últimos dias: o Morango do Amor, nome dado em referência a ‘Maçã do Amor’.

 

Foto: Reprodução/ Tanghulu

 

Ok, o ato de cobrir uma fruta com caramelo não é uma exclusividade do Brasil, nem mesmo uma invenção baiana. Reza a lenda que o Tanghulu foi criado durante a Dinastia Song (960 a 1279), no norte da China, quando a concubina, isto é, a mulher que tinha uma relação com o imperador, ficou doente e se recuperou após uma dieta com a mistura, se transformando em um doce popular da família real. 

 

Mas a versão que viralizou só pode ser uma invenção verde e amarela. Afinal, quem mais pensaria em cobrir um morango com brigadeiro?

 

Esqueça Labubu, Bobbie Goods e qualquer outra moda inventada nas redes sociais nos últimos 4 meses. Não há quem abra o Instagram ou o Tiktok e não se depare com o vídeo de alguém ou ensinando a receita para fazer a iguaria, ou provando uma receita do doce mais cobiçado do momento, ou, ainda pior, mostrando o desastre na tentativa de replicar o bombom.

 

Mas antes mesmo do doce se tornar moda, em Salvador, a receita já era conhecida por uma confeitaria que ousou em misturar a tradição da Bala Baiana a uma das frutas mais desejadas quando se fala dessa mistura com chocolate. A empresária Priscila Dinz, dona da Confeitaria Priscila Diniz, já tinha os bombons no cardápio há mais de 2 anos. A primeira publicação em referência ao doce foi feita em junho de 2023.

 

 

Atualmente, a peça está custando R$ 17 na loja e o pedido pode ser feito pelo site de encomendas ou diretamente na confeitaria nos endereços da Barra, Pituba, Orlando Gomes ou em Feira de Santana.

 

“O Morango do Amor é uma receita antiga, tanto quanto a Maçã do Amor, um doce simples que remete à nossa infância por conta da calda caramelizada. E eu tive a ideia de fazer porque, até então, nunca tinha visto ninguém fazer e comercializar, vender em lojas, e lançar nas vitrines como nossa Confeitaria em 2023. O sucesso foi instantâneo”, contou.

 

Para Priscila, preparar o doce com perfeição requer uma combinação de fatores digna de uma alquimia e quase com o poder de transcender. Nas redes sociais, alguns internautas mostraram a habilidade negativada para o mundo da confeitaria com as experiências ruins da tentativa de fazer o doce, apelidando o bombom de “Morango do Terror”, como foi o caso da influenciadora Larissa Todescato.

 

 

“O Morango do Amor é tão simples quanto complicado porque envolve muita técnica e envolve um produto muito perecível. No início eu também bati a cabeça até encontrar o ponto da calda ideal, a embalagem ideal… porque a casquinha tem que ser fina, o brigadeiro não pode ser doce demais e os morangos têm que estar no ponto de maturação perfeito”, explica.

 

Do morango, a confeitaria passou a investir em diversos outros produtos com a casquinha crocante de açúcar e a cremosidade do brigadeiro.

 

Foto: Instagram

 

“O sucesso foi instantâneo, daí veio o Ovo de Páscoa do Amor, o Buquê do Amor no Dia dos Namorados, e até em mesas de doces e pistas de dança de casamentos ele passou a ser requisitado. Ao mesmo tempo, algumas ‘influencers’ e outras personalidades famosas nacionalmente, que provaram e adoraram, fizeram um marketing totalmente espontâneo e gratuito, muito bacana, daí viralizou pelo Brasil”.

 

A ideia de investir em outros formatos também foi adotada por outros confeiteiros, que lançaram o Morango do Amor no formato de rosa; o Maracujango do Amor, que consiste em um brigadeiro de maracujá envolto no morango e coberto com o caramelo e foi apresentada pelo influenciador Pablo Figueiredo; a Banana do Amor; e até mesmo Tangerina do Amor.

 

 

Apesar de ter sido uma das primeiras a vender o doce, Priscila faz questão de afirmar que se apresentar desta forma não é uma tentativa dela de reivindicar a autoria do Morango do Amor. 

 

“É como venho deixando claro: eu não posso me considerar a única que teve ideia de transformar um bombom de morango com calda da maçã do amor, essa ideia já deve existir há muitos anos e a internet e nossos fãs e seguidores da marca cuidaram de popularizar e viralizar o produto. Eu apresentei e despertei a paixão do grande público pelo doce, e vejo que a minha ideia de lançar um produto ‘esquecido’ tem ajudado muitas outras confeiteiras a ter o trabalho valorizado e reconhecido e faturando muito com isso.”

 

A popularização do doce nas redes sociais teve impacto nas vendas e na produção da confeitaria, que tem quatro unidades na Bahia. 

 

“O público respondeu imediatamente de uma maneira incrível, e até hoje não consigo atender à demanda, tanto nas lojas, no delivery, como nas encomendas. Ele está esgotando em poucas horas!! Uma loucura boa, estamos abastecendo o dia inteiro todos os nossos pontos de venda”, revelou.

 

 

E como uma boa empresária que sabe vender o peixe, ou melhor, o Morango do Amor, Priscila explica como funciona a linha de montagem e o que justifica o “investimento” em um doce da sua confeitaria.

 

“A alta qualidade dos produtos sempre foi a marca Priscilla Diniz, por isso mesmo a nossa produção é limitada, os fornecedores dos insumos são muito bem selecionados e cada produto é feito com todo o cuidado e carinho, para que chegue ao público traduzindo o nosso amor pela confeitaria e a nossa missão empresarial: a excelência em tudo que fazemos e oferecemos ao consumidor.”


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