Miguel Oliveira, conhecido como “profeta Miguel”, ganhou projeção nacional após vídeos seus ultrapassarem os círculos evangélicos e alcançarem o público secular. Aos 14 anos, o adolescente vem chamando atenção por supostamente interpretar “línguas espirituais” — prática comum em cultos pentecostais —, gerando reações intensas tanto de apoio quanto de crítica.

Nas gravações, Miguel aparece orando em línguas ou traduzindo discursos de pastores em glossolalia. A repercussão foi imediata, levando seu nome a perfis de grande alcance no Instagram.
Perfis famosos impulsionam a polêmica
O apresentador Luiz Bacci, que conta com 24,9 milhões de seguidores, compartilhou um dos vídeos. Na postagem, destacou o contraste entre seguidores que exaltam a suposta sensibilidade espiritual do jovem e uma ala conservadora que o acusa de blasfêmia e questiona sua maturidade.
Outro perfil, o “Circo da Mídia”, também publicou o caso. Com 250 mil seguidores, a página comentou: “Miguel Oliveira, de apenas 14 anos, tem chamado atenção como poucos”, ressaltando sua ascensão meteórica entre os chamados “missionários mirins”.
Nos comentários, as opiniões foram divididas. Algumas críticas surgiram de maneira contundente: “14 anos e já é 171?”, escreveu uma internauta, fazendo referência ao crime de estelionato. Outros alertaram: “Tem pessoas que são usadas por Deus, e outras que usam a Deus”.
Críticas internas e externas ao meio evangélico
Pastores e líderes religiosos também se manifestaram. Renato Vargens, pastor e escritor com forte presença digital, fez duras críticas à exposição precoce de Miguel.
Segundo Vargens, a atuação do jovem evidencia a busca por um “falso evangelho, cheio de misticismo e desprovido de verdades bíblicas”. Ele afirmou ainda que o adolescente deveria ser cuidado, orientado e afastado da exposição pública.
“Essa cena é falsa, diferente daquilo que a Bíblia ensina como verdade”, escreveu. Em tom de cobrança, Vargens questionou o governo da Assembleia de Deus sobre a possibilidade de intervir no caso: “Não existe na denominação nada que possa confrontar o garoto em suas heresias?”, indagou.
O debate sobre a responsabilidade da igreja
A polêmica envolvendo Miguel Oliveira reacende o debate sobre a responsabilidade das igrejas em orientar seus jovens membros e os riscos da exposição precoce nas redes sociais. Entre a admiração pela ousadia espiritual e a preocupação com a formação bíblica adequada, o fenômeno do “profeta mirim” continua a dividir opiniões dentro e fora dos templos.
DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO