Bancada do PSD apoia candidatura de Hugo Leal ao TCU, desafiando acordo com o PT
A bancada do PSD na Câmara dos Deputados decidiu, nesta terça-feira (16), apoiar a candidatura do deputado Hugo Leal (PSD-RJ) para a vaga que será aberta no Tribunal de Contas da União (TCU) em fevereiro de 2026, com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz. Essa decisão impacta o acordo previamente estabelecido entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), que previa a eleição de um deputado do PT para o cargo. O nome mais cotado do partido é Odair Cunha (MG), ex-líder do PT e integrante da ala pragmática da sigla. Com isso, Leal se torna o primeiro candidato formalmente lançado contra Cunha.
União Brasil também considera candidatura para o TCU
O União Brasil está avaliando a possibilidade de apoiar um deputado para a vaga no TCU, mas há divisões internas entre os nomes de Danilo Forte (CE), que pressiona a bancada para uma reunião urgente, e Elmar Nascimento (BA). O PT já havia firmado um compromisso com Motta e Lira para que eles ajudassem na eleição de um candidato do partido em troca de apoio à candidatura de Motta à presidência da Câmara. Esse acordo foi confirmado pelo alagoano em entrevista à Folha durante o período eleitoral.
Cadeira do TCU é altamente disputada
A cadeira de ministro do TCU é considerada altamente disputada, devido à sua influência nas decisões sobre contratos e licitações do governo, além do controle sobre os gastos dos Poderes. O eleito garantirá um salário vitalício. O PT tentou antecipar a votação para 2025, visando evitar que o tema fosse afetado pela disputa eleitoral, quando muitos deputados tendem a se opor ao governo Lula (PT). No entanto, a escolha ficará para o próximo ano.
Motta anunciou que as sessões desta semana, última antes do recesso, terão votação e registro de presença via celular, dispensando a presença dos deputados em Brasília. Contudo, a eleição para o TCU exige sessões presenciais, com o registro do voto secreto em cabines no plenário, onde vence o candidato com mais votos em turno único.
Embora petistas e líderes do centrão afirmem que o acordo ainda está em vigor, parlamentares indicaram que a insatisfação com o PT e o governo Lula pode prejudicar ou até inviabilizar o entendimento. Um grupo de petistas e deputados do centrão se reúne periodicamente para discutir questões políticas, incluindo a indicação ao TCU. Atualmente, esse grupo afirma ter apoio suficiente para eleger um candidato petista, com cerca de 270 votos.
Entretanto, opositores sustentam que o clima de antipetismo no plenário é forte e que o acordo com as cúpulas dos partidos não garantirá os votos necessários. A maioria dos deputados é de centro-direita e direita, o que, segundo essa avaliação, favoreceria outros candidatos. A possível derrota do candidato petista pode agravar ainda mais as relações já tensas entre o PT e Motta. Na semana passada, o líder petista na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), declarou que Motta “está perdendo as condições de continuar” no cargo, em razão da votação de um projeto que visa reduzir o tempo de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados. Motta já havia rompido com Lindbergh em novembro, após críticas à condução do PL antifracção enviado por Lula. Apesar dos conflitos, membros do PT insistem na manutenção do acordo referente ao TCU.
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