A Polícia Federal prendeu neste sábado (14) Walter de Souza Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro. O Blog da Andréia Sadi noticiou a prisão em primeira mão.
Preso no Rio de Janeiro, em Copacabana, Braga Netto é alvo do inquérito do golpe. A PF realiza buscas na casa dele. O ex-ministro foi entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército.
A defesa de Braga Netto ainda não se pronunciou neste sábado. Em novembro, depois de ser indiciado, Braga Netto disse que ‘nunca se tratou de golpe‘.
Walter de Souza Braga Netto é general da reserva do Exército, ex-ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa que perdeu a eleição presidencial de 2022.
Nascido em Belo Horizonte (MG), o militar tem 67 anos. Ele entrou para o Exército em 1975.
Veja o que a PF disse sobre Braga Netto:
- Do plano para matar Lula ao comando do gabinete de crise; relembre as suspeitas
- Braga Netto estimulou ataques e pressões a chefes do Exército e da Aeronáutica por não aderirem a ações golpistas, diz PF
Em 1977, esteve na mesma turma de Luiz Eduardo Ramos, que também foi ministro no governo Bolsonaro, e Edson Pujol, ex-comandante do Exército, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Em 2009, Braga Netto foi promovido a general e nomeado chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste.
Em 2016, o militar foi um dos responsáveis pela coordenação da segurança durante a Olimpíada do Rio. E, naquele mesmo ano, assumiu o Comando Militar do Leste, onde chefiou 50 mil militares no Rio, no Espírito Santo e em Minas Gerais.
Em 2018, foi nomeado interventor da Segurança no Rio de Janeiro, durante o governo de Michel Temer (MDB), comandando as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e o sistema penitenciário do estado.
Em fevereiro de 2020, Braga Netto entrou no governo Bolsonaro como ministro da Casa Civil. No ano seguinte, trocou de posição e assumiu o Ministério da Defesa.
Um ano depois, deixou o ministério no prazo para concorrer às eleições de 2022 – ele acabou sendo o candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Jair Bolsonaro.
O que se sabe da ação que prendeu Braga Netto
A Polícia Federal investiga uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
A conclusão do inquérito aponta uma organização criminosa que atuou de forma coordenada na tentativa de golpe para manter Bolsonaro após derrota na eleição de 2022.
A investigação começou no ano passado e foi concluída dois dias após a Polícia Federal (PF) prender 4 militares e um policial federal acusados de tentar matar Lula, Alckmin e Moraes. Em novembro, 37 pessoas foram indiciadas suspeitas de: abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Ao pedir a prisão preventiva de Braga Netto neste sábado, a PF argumentou a liberdade de Braga Netto representa um risco à ordem pública devido à possibilidade de voltar a cometer ações ilícitas. Teve participação relevante nos atos criminosos. Nas palavras de um investigador, era “a cabeça, o mentor do golpe- mas sob comando de Bolsonaro”.
A Polícia Federal diz que Braga Netto:
- Coordenou ações ilícitas executadas por militares com formação em Forças Especiais (“kids pretos”)
- Entregou dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as operações
- Tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
- Tentou controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados
- Teve ação efetiva na coordenação das ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes
Fonte: G1