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Radar do Poder: A compensação a Coronel, a reforma de Jerônimo, a visita de Bruno a Muniz e o novo dilema de Neto

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Radar do Poder: Bruno e a lista de desejo dos vereadores, os possíveis sucessores de Otto e o brilho mais reluzente do PDT
Foto: Arquivo Política Livre
03 de setembro de 2025 | 14:05

Radar do Poder: A compensação a Coronel, a reforma de Jerônimo, a visita de Bruno a Muniz e o novo dilema de Neto

Compensação a Coronel

Políticos mais próximos do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e até parlamentares de partidos da base já desenham uma proposta de compensação para tentar convencer o senador Angelo Coronel (PSD) e o partido dele a desistirem da reeleição em 2026. Pela oferta, o governo e a cúpula pessedista viabilizariam a candidatura do deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD) a uma cadeira na Câmara. Se isso ocorrer, o senador teria dois filhos congressistas, uma vez que o deputado federal Diego Coronel (PSD) é postulante à reeleição.

Volta à Assembleia

Além disso, o senador concorreria a uma cadeira na Assembleia em 2026 com a garantia de que teria o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT), caso o petista seja reeleito, para assumir a presidência do Legislativo baiano em 2027. Para a atual comandante da Casa, a deputada Ivana Bastos (PSD), seria oferecida a vice na chapa, em acordo com o senador Otto Alencar (PSD). Assim, estariam criadas as condições para Rui concorrer ao Senado sem briga com os pessedistas ou desgaste de apelar pela desistência do senador Jaques Wagner (PT) em concorrer à reeleição.

Ajudinha de Otto

Seguindo esse plano, a possível candidatura de Angelo Coronel Filho a deputado federal, ideia que já circula na Assembleia há algumas semanas, contaria também com o aval de Otto. O cacique pessedista asseguraria ao herdeiro do compadre parcela dos votos do deputado federal Otto Filho (PSD), que vai assumir a cadeira do conselheiro aposentado Antônio Honorato no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e deixar a política, cedendo o espólio para um dos irmãos.

Andanças no interior

Publicamente, Angelo Coronel não quer saber de compensação e continua em ritmo de campanha pelo interior. Entre sexta (29) e domingo (31), visitou diversos municípios ao lado de deputados e prefeitos. Recebeu o apoio de mais de 20 prefeitos, do governo e da oposição, ao visitar Cruz das Almas, Bom Jesus da Lapa e Serra Preta. Em Bom Jesus, onde recebeu o título de cidadão, Coronel estava acompanhado de Otto Alencar, que fez um discurso firme em defesa da reeleição do correligionário.

Ciumeira na base

Aliados mais antigos do governador estão enciumados com o tratamento dispensado por Jerônimo aos novos integrantes da base, especialmente ao deputado estadual Marcinho Oliveira, de malas prontas para deixar o União Brasil e migrar para o PRD, e o deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT), até outro dia pertencente ao grupo do prefeito Bruno Reis (União). A alegação é que os dois toda semana batem o “ponto” no gabinete do petista ou do secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT). Estariam tendo atendimento privilegiado em demandas do interior e espaços na gestão.

Meteu dança

Alheio às críticas de governistas e oposicionistas, Jerônimo caiu na dança nesta quarta (03), durante inauguração da requalificação da Casa da Música e do Centro de Atividades (CAT), no Parque do Abaeté, em Salvador. Ao lado do secretário de Cultura, Bruno Monteiro, quebrou o protocolo e se arriscou no gingado ao som dos batuques da percussão do Malê Debalê e ao lado das crianças fantasiadas com as cores do bloco afro tradicional de Itapuã. Logo, logo vai virar meme. Para o bem ou para o mal.

Reforma de Jerônimo

E por falar em dança, outra que Jerônimo pretende promover é a das cadeiras. Ele prepara uma reforma administrativa para o final do ano, antes, portanto, de 2026, quando quer iniciar janeiro com os holofotes voltados para a campanha. O plano leva em conta a substituição, em primeiro lugar, dos secretários que serão candidatos e que, pela legislação, deveriam se desincompatibilizar até abril. Mas não só eles. Aqueles cujo trabalho for considerado incompatível com o ritmo que Jerônimo pretende imprimir no final do primeiro mandato devem ser obrigados a entregar o boné.

Foco na urna

Jerônimo tem comentado com auxiliares e políticos mais próximos que quer acelerar as mudanças para iniciar o ano da eleição com o pé direito, isto é, com todo o governo voltado para o projeto de fortalecer a gestão a fim de assegurar uma reeleição o mais tranquila possível. As mudanças nas secretarias devem também repercutir sobre os órgãos auxiliares das pastas. Pelo visto, só quem escapará da “mexida” será o PP, que, depois da espera que se alongava desde o início do governo, finalmente conseguiu emplacar o comando do Detran.

Nova casa

Aliás, ainda não há nada resolvido sobre o destino dos deputados estaduais do PP que, mesmo diante da federação com o União Brasil, desejam apoiar a reeleição de Jerônimo. A ideia inicial da bancada segue valendo: a de que Niltinho, Hassan Iossef, Antônio Henrique Júnior e Eduardo Sales migrem conjuntamente para uma outra legenda. Recentemente, as conversas se intensificaram com PSB e PDT. Mas há possibilidade de uma divisão: os dois primeiros iriam para o PSD e os outros dois para o Avante.

Irmãos na coordenação

Os irmãos Vieira Lima entrarão em alta no governo Jerônimo caso o governador chegue ao próximo ano com mau desempenho nas pesquisas e sob a preocupação dos aliados de que corre risco eleitoral. Hoje, não falta quem lembre do papel que Geddel e Lúcio tiveram na reeleição à Prefeitura de Salvador do ex-aliado João Henrique, dono, na época, de uma rejeição histórica que desaconselhava qualquer prognóstico de vitória. Neste caso, os Vieira Lima assumiriam a coordenação da reeleição de Jerônimo sob o aval do senador Jaques Wagner (PT), que os trouxe de volta ao governo em 2022 depois de enxotar o PP de João Leão.

Dilema presidencial

A decisão da federação formada por União Brasil e PP de defender abertamente a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou ACM Neto, filiado ao primeiro partido, numa sinuca de bico, segundo avaliação de aliados de Jerônimo. A expectativa é como o ex-prefeito de Salvador irá se posicionar sobre o assunto na Bahia. Será contra ou a favor de perdoar Bolsonaro pelos crimes dos quais é acusado no inquérito dos atos antidemocráticos? Seja qual for o posicionamento, a possibilidade de desgaste é grande, apostam os adversários.

Neutro

No último pleito para o governo da Bahia, ACM Neto ficou neutro na disputa presidencial justamente para não desagradar nem a gregos e nem a troianos. Agora, se não defender a anistia do ex-presidente da República, pode criar um conflito com os mais radicais do PL, partido do qual espera ter o apoio em 2026 desde o primeiro turno – em 2022, o atual presidente da legenda na Bahia, João Roma, concorreu na etapa inicial.

Visita de Bruno

Bruno Reis esteve na residência do presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), na manhã de ontem (03). O prefeito pediu ao tucano que retome a tramitação normal dos projetos do Executivo. Nesta terça, sequer houve reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e hoje (04) não deve haver sessão plenária. Setores do comércio da cidade também andam nervosos com o “climão” no Legislativo.

 

Rebeldia generalizada

Os vereadores mais insatisfeitos são aqueles que pretendem concorrer em 2026. Mas a rebeldia é generalizada na base. Em meio ao “climão”, os edis têm dito nos corredores da Câmara que não pretendem votar antes das eleições mudanças no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e nem na Lei Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos). A reunião de líderes convocada por Muniz esta semana para tentar acalmar os ânimos não teve efeito prático. “Não tinha como reclamarmos de nada porque a oposição e até assessores participaram”, declarou outro aliado do prefeito.

Pitacos

* Deputados baianos do PT dizem que só acreditam no propalado desembarque do PP e do União Brasil do governo Lula depois que forem entregues a Caixa e a Codevasf, com laços profundos com o Estado e parlamentares da sigla de ACM Neto.

* Aliás, há fila, entre os petistas baianos, esperando que o deputado federal Dal Barreto (União) devolva a superintendência dos Correios na Bahia com a oficialização do rompimento do seu partido com o Planalto. Nomes para a substituição é que não faltam.

* O ex-prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge (MDB) pode ser chamado pela Câmara Municipal para explicar denúncias na Saúde.

* Em julho de 2024, Rodrigo assinou contrato de R$ 17,1 milhões com o Instituto Vida de Solidariedade Social para administrar o Hospital Virgínia Hagge, alvo das críticas. Entrou na mira dos edis após romper com o tio, o atual prefeito Eduardo Hagge (MDB).

* Depois da audiência entre Bruno Reis e Jerônimo, quem espera se encontrar em breve com o governador é a prefeita de Lauro de Freitas, Débora Régis (União). Ela espera que isso corra ainda este mês. Na pauta, investimentos para o município.

* Apesar de receber pedidos para que o valor da verba indenizatória subisse, a presidente da Casa, deputada Ivana Bastos (PSD), manteve o limite em R$ 44,8 mil, que podem ser utilizados para diversos fins, desde despesas corriqueiras a divulgação do mandato.

* Voltou à temperatura de banho maria a escolha do desembargador do TRE na vaga de advogado dada a resistência, que só cresce, de Rui Costa ao nome de Carina Cangussu e a ojeriza de alguns desembargadores à indicação do colega dela Rafael Santana.

* Como os advogados substitutos prestam serviço considerado de alto nível, contentando o governo, não há risco de se tentar resolver o impasse tão cedo, diz um deputado com acesso ao ministro e a Jaques Wagner, patrono da candidata via o padrinho, segundo a turma de Rui, “sem noção” dela.

* A Mesa Diretora da Assembleia disciplinou hoje (03), em publicação no Diário Oficial do Legislativo, o uso da verba indenizatória dos deputados para pagamento de despesas com viagens internacionais oficiais dos parlamentares.

* A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia aprovou ontem (02) seis projetos de lei de autoria dos deputados, entre eles o que combate a adultização e sexualização infantil na internet, de autoria de Robinson Almeida (PT).

Radar do Poder, a coluna de bastidores do Política Livre




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