30 de julho de 2025 | 12:29
Radar do Poder: A sucessão de Muniz, o “Renova Wagner”, o calmante de Coronel e o engabelo de Jerônimo no vice
Olho na Mesa
As articulações do presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), para eleger o filho homônimo deputado federal em 2026 também agitam os bastidores do Legislativo municipal quando o assunto é a próxima eleição da Mesa Diretora da Casa, que deve ocorrer, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outubro e dezembro do ano que vem. Edis ouvidos pela coluna acreditam que o assunto será colocado nas conversas do tucano para fortalecer as pretensões eleitorais de Carlos Muniz Filho, ainda sem partido.
Vice atraente
O presidente da Câmara Municipal ainda não decidiu se tentará uma nova recondução. Carlos Muniz já teria em mãos um parecer jurídico sustentando que a primeira eleição dele ocorreu em janeiro de 2025 – antes, foi alçado ao posto após a renúncia do então vereador e hoje vice-governador Geraldo Júnior (MDB). Por isso, a exemplo do que ocorreu na Assembleia este ano, 1ª vice-presidência do Legislativo de Salvador se tornou um cargo ainda mais atraente se o tucano tentar a recondução.
Amigos do rei
Os vereadores que estão de olho na sucessão da Câmara para o cargo principal ou a vice sabem que o presidente deve apoiar quem caminhar com Carlos Muniz Filho em 2026. Um dos que mais se movimentam pensando no futuro é Maurício Trindade (PP), muito próximo do tucano e que vem assumindo em Salvador um papel de coordenação na pré-campanha a deputado do jovem médico, que será capitaneada, como tem sido, pelo próprio pai. Outro ligado a Carlos Muniz que pretende ser lembrado é Sidninho (PP), mas este ainda cogita ser candidato a uma cadeira na Câmara Federal.
Três eleitores
Nos corredores da Câmara de Salvador, o que se diz é que quem pretende suceder Carlos Muniz também precisa articular apoios do presidente, da Prefeitura e do setor comercial/empresarial da cidade. Neste cenário, estariam correndo por fora os vereadores mais ligados ao ex-prefeito ACM Neto (União) e que almejam ser lembrados na sucessão interna. São os casos de Cláudio Tinoco (União), que vai apoiar a reeleição do deputado federal Leo Prates (PDT), e Duda Sanches (União), cujo pai, o deputado estadual Alan Sanches (União), tentará virar congressista nas próximas eleições.
Novato atrevido
Já o mais ligado ao prefeito Bruno Reis (União) que mira a presidência do Legislativo há tempos é o vereador Kiki Bispo (União), que estaria disposto a negociar o apoio à candidatura de Muniz Filho. Mas há outro edil próximo do prefeito que se movimenta no Palácio Thomé de Souza visando se tornar uma alternativa para o comando da Câmara Municipal: Omar Gordilho (PDT), que já tem o aval da vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT). Pesa contra o pedetista, no entanto, o fato de estar no primeiro mandato, além de ser apontado como subordinado demais ao Executivo, que também, pudera, o elegeu.
Na fila
Outros três vereadores são lembrados para suceder Carlos Muniz. Alexandre Aleluia (PL) é próximo do presidente, mas quer concorrer a deputado federal. Outro citado é Daniel Alves (PSDB), que irá apoiar a reeleição de Leo Prates e hoje não contaria com a simpatia nem do Palácio e nem de Muniz. Há, ainda, Paulo Magalhães Júnior (União), que irá apoiar a reeleição do pai, o deputado federal Paulo Magalhães (PSD), e tem boas relações com o presidente e com o prefeito.
Saída liberada
O vereador de Salvador Ricardo Almeida já obteve o sinal verde da cúpula do DC na Bahia para deixar o partido e migrar para o PRD. Ele será candidato a deputado estadual em 2026, dobrando com Carlos Muniz Filho, que cogita também se filiar à mesma sigla. O acordo garante que os novos líderes do PRD baiano, a ser comandado pelo deputado estadual Marcinho Oliveira (União), articulem para que o DC, sigla não deve ter candidatos à Assembleia, eleja um deputado federal no próximo ano na base de ACM Neto.
Diplomacia cara
A viagem de oito senadores brasileiros aos Estados Unidos para tentar barrar a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros custou, até agora, R$201 mil aos cofres públicos apenas em pagamento de diárias aos parlamentares, segundo o Portal da Transparência do Senado. Líder do governo, o baiano Jaques Wagner (PT) faturou R$ 25 mil – houve quem recebesse mais, a exemplo de Carlos Viana (Podemos-MG), que abocanhou R$ 32,2 mil, e menos, como foi o caso de Marcos Pontes (PL-SP), com R$ 21,4 mil. A ida da comitiva não teve qualquer efeito prático a favor do país até agora.
Renova, Wagner
Petistas acham que Jaques Wagner precisa encontrar com urgência o discurso certo para justificar sua candidatura à reeleição, a qual passou a receber críticas reservadas de lideranças do próprio partido por supostamente contradizer a defesa da renovação que ele faz em praticamente todos os eventos da sigla. Muitos petistas, sobretudo aqueles mais chegados ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), consideram que o ‘decano’ deveria dar o exemplo em nome da pacificação da base hoje sob a batuta de Jerônimo Rodrigues (PT).
Único erro
Aliás, na reunião em que os petistas comemoraram a eleição de Tássio Brito à presidência estadual da sigla, Jaques Wagner fez um discurso forte, em que repassou toda sua história política desde o momento em que colocou em prática o plano de ganhar o governo da Bahia, pontuando que seu único erro de lá até aqui foi ter escolhido o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) como candidato a prefeito de Salvador em 2024. Neste caso, não foi por falta de aviso!
Afago no rebelde
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) passou a citar com frequência o nome do senador Angelo Coronel (PSD) em solenidades e discursos de palanque na capital e no interior. O fato não passou despercebido de correligionários do petista, que só costumava se referir aos outros dois senadores baianos, Jaques Wagner e Otto Alencar (PSD). A mudança de postura visa amenizar o clima de tensão que existe na base sobre a composição da chapa em 2026. De perfil independente, Coronel nunca foi visto por Jerônimo e pelos antecessores no Palácio de Ondina como um aliado confiável.
Chá de camomila
Fontes do PSD garantem: Angelo Coronel anda mais zen nos últimos dias. Nada de declarações polêmicas ou farpas na imprensa. Tem aguardado, por estratégia, em silêncio os próximos capítulos da novela da montagem da chapa majoritária da base governista. Mas é a atuação firme – e pública – do compadre Otto Alencar em defesa de sua reeleição ao Senado que tem sido o verdadeiro chá de camomila de Coronel.
Ansiedade do vice
Jerônimo tem insinuado em conversas reservadas o interesse pessoal em manter Geraldo Júnior (MDB) como companheiro de chapa em 2026, mas, por ser considerada temerária até entre emedebistas, a ideia é encarada mais como uma estratégia para aplacar a ansiedade do vice em relação ao seu futuro político do que como um desejo concreto do petista. Na prática, a manutenção do “líder” enfrenta resistências de todo lado, sobretudo porque falta a ele votos em uma disputa que não será fácil. A avaliação é a de que em 2022 Geraldinho foi escolhido em uma conjuntura política muito particular que não se repetirá.
Por amor
A candidatura do ex-prefeito de Luís Eduardo Magalhães Oziel Oliveira (PSD) a deputado federal não é levada a sério na base do governo. Na prática, o movimento serviria apenas para fortalecer a reeleição da esposa, a deputada estadual licenciada Jusmari Oliveira (PSD), hoje secretária de Desenvolvimento Econômico. O cálculo é simples: com a estrutura da campanha e acesso ao fundo eleitoral de Oziel, que já ocupou assento na Câmara, Jusmari ganha mais fôlego para enfrentar a disputa em 2026.
Mansão cinematográfica
Segundo condôminos, um ministro de um tribunal sediado em Brasília constrói uma mansão cinematográfica em Guarajuba, no Litoral Norte da Bahia, cuja previsão de inauguração em dezembro, com uma festa de arromba, agita as fantasias não só somente da alta sociedade local como também das de São Paulo e da capital federal.
Pitacos
* Um morador do bairro do Jardim Armação, em Salvador, enviou para a coluna um vídeo no qualdois homens são flagrados com parte do teto do antigo Centro de Convenções, localizado no Stiep. Ele relata que a cena é frequente.
* “É barulho a noite toda, ninguém dorme mais aqui”, reclama. No vídeo, é possível ouvir o som das pancadas em uma das telhas roubada do antigo equipamento sob a responsabilidade do governo do Estado e que está em ruínas.
* O prédio do antigo Centro de Convenções, fechado há quase dez anos, virou refúgio do crime em Salvador. Além de rota de fuga, a estrutura é alvo de saques e desmanche e também ponto para usuários de drogas.
* Segundo membros mais antigos, a festa de posse da nova presidente da Associação Comercial da Bahia, Isabela Suarez, foi a mais animada e bombada da história de 200 anos da entidade. Simpaticíssima, a nova presidente teve que se desdobrar para receber os cumprimentos da multidão.
*Na festa de Isabela, quem circulou com desenvoltura, apesar de não ter ficado para o coquetel, foi o prefeito Bruno Reis (União). Ele não escapou de pedidos da criançada para fotos, o que, segundo as raposas, é um excelente indicativo de popularidade.
* O conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Antonio Honorato será homenageado no próximo dia 8 pela Corte. Ele receberá a Medalha do Mérito Ruy Barbosa. Por conta da morte da mãe, a homenagem foi cancelada na semana passada.
* Cobiçado pelo Avante, o ex-prefeito de Irecê Elmo Vaz avalia com carinho a proposta de deixar o PSB em direção à nova sigla, devendo sair forte da região rumo à Câmara dos Deputados no ano que vem.
* Colegas invejosos querem saber se a clínica de estética que deixou o deputado federal José Rocha (União) mais jovem é da Bahia ou de Brasília. Depois da intervenção, congressistas, sobretudo os mais jovens, passaram a chamar o baiano de “bonitão”.
* No Sul do Estado, lideranças políticas já dão como certa as derrotas, no ano que vem, dos deputados estaduais Pancadinha (Solidariedade) e Soane Galvão (PSB), que representam a região e lutam pela reeleição.
* Muito trabalho, mas absoluta discrição marcou a gestão do vice-presidente da OAB baiana, Hermes Hilarião, no período de 20 dias em que substituiu a colega advogada Daniela Borges no comando da entidade.
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