No dia 7 de novembro celebramos o Dia do Radialista, e essa data merece ser dita em voz alta, com orgulho. Radialista é aquele que transforma a palavra em companhia, que dá cor às manhãs, que preenche silêncios e que faz do rádio uma presença viva no dia a dia das pessoas. Em cidades como a nossa, onde as relações são próximas e os laços comunitários têm peso, o radialista é mais que um comunicador: é um elo entre a informação e o coração do povo.

Não é por acaso que o rádio atravessou décadas sem perder sua relevância. Ele resistiu à televisão, à internet, às redes sociais e permanece firme. Permanece porque o rádio não depende apenas da tecnologia: depende da confiança. Depende de vozes que falam com responsabilidade, que conhecem seu público, que entendem a realidade da comunidade. O radialista é alguém que está presente quando o agricultor começa o dia, quando o comerciante abre as portas, quando a família se reúne ao almoço ou quando alguém, na solidão, precisa apenas ouvir que não está sozinho.

Mas a profissão exige coragem. Coragem para informar, para opinar e, muitas vezes, para enfrentar aqueles que tentam cercear sua liberdade de expressão. É preciso equilibrar responsabilidade e sensibilidade, transformar som em afeto, notícia em cidadania, mesmo diante de desafios e pressões externas. Há limites jurídicos, mas há também um compromisso social profundo: o radialista serve à coletividade, ao acesso à informação, à construção da cidadania e fortalecimento da democracia.

É nessa perspectiva que expresso aqui minha gratidão sincera a todos os radialistas da Euclides da Cunha FM, com quem tive a honra de compartilhar tempo, trabalho e convivência. A cada um de vocês, minha admiração pela seriedade, pela ética, pela leveza, pela capacidade de informar sem perder o afeto, de entreter sem perder o conteúdo, de valorizar nossa cultura nordestina e também de defender nossa biodiversidade, nossas raízes e nossa identidade. Vocês fazem um trabalho essencial e fazem bem. Que o sucesso continue sendo parte do caminho de cada um, porque vocês merecem.

Ser radialista é ter a sensibilidade de respeitar o outro, de ouvir além de falar, de abraçar pela palavra, de estar presente mesmo à distância. É trabalhar com o invisível, a voz que viaja pelo ar e, ainda assim, ser presença viva na vida das pessoas. Vocês carregam a força da comunicação que aproxima, acolhe e fortalece a comunidade.

Por isso, hoje, o que ofereço não é apenas um “parabéns”. É reconhecimento. É gratidão. É respeito. Que vocês sigam fazendo o que sabem fazer melhor: comunicar com verdade, com sensibilidade e com o coração. A nossa comunidade precisa de vocês e se orgulha de tê-los.

DRª MARLENE REIS