Músicas lançadas nos últimos anos estão mais curtas, aponta estudo da Universidade da Califórnia

Estudos recentes confirmam que as músicas lançadas nos últimos anos estão com duração cada vez mais curta, o que gera preocupação entre os profissionais da indústria musical. Em julho deste ano, o Bahia Notícias divulgou um estudo da Universidade da Califórnia que indicou essa tendência, e cinco meses depois, a situação permanece inalterada. A busca por formas de se destacar em um cenário musical tão efêmero se torna cada vez mais urgente.

O produtor musical e compositor Rafinha RSQ comentou sobre as influências das novas tecnologias na música, ressaltando tanto os aspectos positivos quanto negativos. Ele destacou que a internet proporcionou oportunidades a talentos que antes não tinham acesso ao mercado musical, devido à falta de contatos.

Rafinha afirmou que a internet, embora beneficie muitos artistas, também traz desafios. Ele observou que a rapidez com que as músicas são consumidas, impulsionada pelo autoplay, pode levar à saturação. “Hoje as músicas estão muito rápidas, e isso por conta do autoplay. Muita gente fica repetindo a música o tempo todo, e a pessoa acaba enjoando”, explicou. Para ele, isso resulta em uma vida útil curta para as canções, que rapidamente se tornam obsoletas.

O produtor também alertou sobre a facilidade de ser esquecido em um ambiente onde o conteúdo é descartável. Ele enfatizou que, se a carreira de um artista não for mantida de forma constante, o talento pode ser rapidamente esquecido. “Atrapalha sim porque a música vai embora mais rápido”, disse Rafinha, acrescentando que é necessário um trabalho contínuo para se manter relevante.

Ao ser questionado sobre a superprodução de conteúdos para garantir visibilidade, Rafinha expressou preocupação com a atual abordagem da indústria. Ele observou que muitos artistas estão mais focados em viralizar suas músicas do que em criar conteúdo de qualidade. “As pessoas hoje estão muito mais preocupadas em estourar uma música no momento, sem pensar na constância de carreira”, afirmou.

Rafinha deixou um conselho para a nova geração de artistas, ecoando uma recomendação de seu antigo colaborador Jorge Vercillo: priorizar a qualidade. “Pode ter um pico de sucesso, mas depois acabam se perdendo porque não têm uma base”, concluiu, ressaltando a importância de construir uma carreira sólida e sustentável.

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