Em uma decisão inesperada, a Red Bull anunciou nesta quarta-feira (9) a demissão imediata de Christian Horner do cargo de chefe de equipe da Red Bull Racing, após duas décadas à frente do time de Fórmula 1. A saída do dirigente, que liderou a equipe em seis conquistas do Mundial de Construtores e oito títulos de pilotos, não teve justificativa divulgada oficialmente.
Logo após o anúncio, o comentarista Martin Brundle, da Sky Sports, revelou que conversou com Horner, que afirmou não ter recebido nenhuma explicação para sua demissão. A Red Bull, por sua vez, agradeceu em comunicado pelo “trabalho excepcional” do dirigente e exaltou sua importância para o crescimento da equipe desde 2005.
“Com seu comprometimento incansável, experiência, expertise e pensamento inovador, Christian foi fundamental para estabelecer a Red Bull Racing como uma das equipes mais bem-sucedidas da Fórmula 1”, disse Oliver Mintzlaff, diretor-geral da Red Bull. “Você sempre será uma parte importante da nossa história.”
Foto: Reprodução/Instagram
NOVA DIREÇÃO
Para o lugar de Horner, a Red Bull nomeou Laurent Mekies como novo CEO da equipe principal. Ele deixa a Racing Bulls, equipe satélite da Red Bull, que passará a ser comandada por Alan Permane.
A decisão vem em um momento turbulento para a escuderia, que passa por uma fase de instabilidade dentro e fora das pistas. No último GP, realizado em Silverstone, Max Verstappen terminou apenas em quinto lugar após liderar o grid. O holandês, atual tetracampeão, está 69 pontos atrás do líder Oscar Piastri na classificação da temporada 2025.
Horner esteve no comando da equipe desde sua aquisição pela Red Bull, em 2005, e conduziu dois períodos de hegemonia. Entre 2010 e 2013, sob liderança de Sebastian Vettel, e a partir de 2021, com Max Verstappen, que conquistou quatro títulos consecutivos até 2024.
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No entanto, nos últimos 18 meses, o dirigente enfrentou uma série de controvérsias. Ele foi alvo de acusações de comportamento inapropriado feitas por uma funcionária da equipe, que foram rejeitadas após investigação interna e um recurso negado em agosto de 2024. Horner sempre negou as acusações.
Além disso, o time perdeu figuras importantes como o projetista Adrian Newey, que se transferiu para a Aston Martin, e o diretor esportivo Jonathan Wheatley, que foi para a Sauber.
VERSTAPPEN SEGUE NA RBR?
A permanência de Max Verstappen também está em xeque. Apesar de contrato até 2028, o piloto foi recentemente associado a conversas com a Mercedes, confirmadas por Toto Wolff. Uma cláusula contratual permite que Verstappen deixe a equipe dependendo de sua posição no campeonato até o fim deste mês.
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Martin Brundle afirmou que a saída de Horner pode ter implicações diretas na decisão do piloto: “Christian estava no comando do projeto do novo motor da Red Bull, que estreia no próximo ano, e será uma das maiores mudanças técnicas da história da Fórmula 1”, destacou o comentarista.
A Red Bull ocupa atualmente apenas a quarta colocação no Mundial de Construtores, atrás de McLaren, Ferrari e Mercedes, um desempenho muito abaixo das expectativas para uma equipe que dominou amplamente as temporadas recentes.
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