Em feito inédito, pesquisadores fotografaram um buraco negro menor em torno de seu vizinho, um supermassivo com uma galáxia ao redor

Pela primeira vez, astrônomos captaram a imagem de dois buracos negros orbitando um ao outro. Na foto, está o quasar OJ287, um buraco negro supermassivo a cerca de 3,5 bilhões de anos da Terra, ao lado de seu vizinho, um buraco negro menor. O feito faz parte de um estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal nesta quinta-feira (9).
A imagem revela os jatos de partículas emitidos por esses astros quando se alimentam da matéria ao seu redor. Foi a partir da detecção desses fluxos luminosos que a equipe pôde encontrar esse sistema peculiar, segundo explicou Mauri Valtonen, líder do estudo e pesquisador na Universidade de Turku, em um comunicado.
Devido ao seu intenso brilho, o OJ287 vem sendo observado por astrônomos há mais de 136 anos. Pesquisas anteriores já haviam identificado uma variação periódica em seu brilho a cada 12 anos, resultado da órbita do segundo buraco negro ao seu redor.
“O quasar OJ287 é tão brilhante que pode ser detectado até mesmo por astrônomos amadores com telescópios particulares” comentou Valtonen.

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Buraco negro menor tem jato retorcido
Os pesquisadores estimaram o buraco negro maior, no centro da galáxia, em 18 bilhões de massas solares. Seu companheiro menor tem cerca de 150 milhões de vezes a massa do Sol.
A equipe também identificou um novo tipo de jato emanando do objeto menor: um fluxo torcido. Isso ocorre porque esse astro se move rapidamente ao redor de seu vizinho supermassivo e seu jato é desviado a depender de seu movimento.
Os astrônomos compararam esse comportamento a “uma cauda abanando”. Ela poderá ser vista se torcendo em diferentes direções nos próximos anos, conforme o corpo menor mudar de velocidade e direção.
Para fotografar esses objetos colossais, a equipe utilizou o radiotelescópio do satélite RadioAstron, lançado em 2011 pelo Astro Space Center do Instituto Físico Lebedev em Moscou, Rússia. A antena de rádio do satélite foi posicionada até a metade da Lua, o que permitiu obter a imagem com resolução inédita de astros tão distantes, segundo os pesquisadores
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