Especialistas apontam que áreas como machine learning, computação em nuvem e cibersegurança ganharam destaque 07 de setembro de 2025 | 10:41
Revolução da IA transforma o mercado e desafia até os profissionais de tecnologia
A inteligência artificial (IA) generativa vem transformando o mercado de trabalho em diferentes setores, mas agora o impacto chega aos próprios profissionais de tecnologia. Ferramentas capazes de programar, corrigir erros e sugerir melhorias passaram a assumir funções antes desempenhadas por iniciantes da área, como programadores juniores e analistas de testes. Esse movimento gera um paradoxo: os criadores da revolução digital estão entre os mais afetados por ela. A reportagem é do o jornal “O Globo”.
Nos Estados Unidos e na Europa, big techs já reduziram vagas para equilibrar os altos investimentos em IA. No Brasil, porém, o cenário ainda é de expansão: a Brasscom prevê a criação de 88 mil empregos formais em TI até o fim de 2025, com forte demanda por estagiários e iniciantes. Mesmo assim, o perfil exigido mudou. Não basta dominar linguagens de programação — agora é essencial saber lidar com sistemas de IA, ter criatividade e pensamento crítico.
Especialistas apontam que áreas como machine learning, computação em nuvem e cibersegurança ganharam destaque, enquanto funções repetitivas perdem relevância. Muitos profissionais, contudo, enfrentam dificuldades de adaptação. Há casos de dependência excessiva da IA, que compromete habilidades básicas. O cientista de dados Giulliano Pastor, por exemplo, relatou sentir-se travado em testes que proibiam o uso dessas ferramentas, comparando a experiência a perder uma “bengala”.
Ao mesmo tempo, empresas como o Pitang Labs, no Recife, já institucionalizam o uso da IA, registrando aumento de produtividade e aceleração de processos. Para gestores, não há volta: a profissão do programador se transforma, e novas funções, como engenheiro de prompts, devem ganhar relevância. O desafio é equilibrar ganhos de eficiência com a necessidade de manter espaço para novos talentos no setor.
Nas universidades, cresce a pressão por atualização. Professores e especialistas defendem currículos que priorizem pensamento crítico, criatividade e visão multidisciplinar. Iniciativas como o novo bacharelado do Impa, que combina matemática, ciência de dados e humanidades, apontam nessa direção. A expectativa é que, no futuro, prosperem aqueles capazes de unir domínio técnico à capacidade de adaptação em um cenário de rápidas mudanças.
Descubra mais sobre Euclides Diário
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.