O “risco Sergio Moro” está dificultando a construção de um consenso no Congresso Nacional em torno das mudanças no foro privilegiado para parlamentares. É assim que está sendo chamado um possível efeito colateral da proposta de esvaziar o poder do Supremo Tribunal Federal (STF), enviando para a primeira instância os casos que envolvam deputados e senadores. O medo da classe política é ficar nas mãos de magistrados que reproduzam país afora o comportamento do ex-juiz da Lava-Jato. 

Aliados de Bolsonaro apostam nas mudanças da regra do foro para retaliar o STF e tirar das mãos de Alexandre de Moraes as investigações que vêm fechando o cerco contra o ex-presidente e seu entorno, como a ação penal da trama golpista e o inquérito das milícias digitais. 

Os bolsonaristas acreditam que, sem a possibilidade de virem a ser condenados pelo STF, mais deputados e senadores votariam a favor do projeto de anistia para os presos do 8 de janeiro. 

Mas, com o início das discussões sobre como seria a mudança e para onde iriam os processos, surgiu a constatação de que, ao invés de aliviar a situação dos parlamentares, poderia piorar ao invés de melhorar. 

“A loucura está por toda parte. Judiciário militante existe na primeira instância também”, diz uma liderança da base governista ouvida reservadamente pelo blog, em referência às críticas de bolsonaristas à atuação de Moraes, acusado de promover “ativismo judicial” e de perseguir o ex-ocupante do Palácio do Planalto. 

Conforme informou o blog, enquanto aliados de Bolsonaro tentam esvaziar o poder de Moraes, lideranças do Centrão estão mais preocupadas é com a atuação do ministro Flávio Dino, aliado de Moraes e relator de ações e inquéritos que acenderam o sinal de alerta no Parlamentoao apurar irregularidades na destinação e aplicação das emendas parlamentares.

Fonte: O Globo