O deputado estadual Roberto Carlos (PV) 07 de maio de 2025 | 14:23
Roberto Carlos afirma que rompimento do PDT com o governo Lula torna o seu retorno à legenda incerto
O deputado estadual Roberto Carlos (PV) afirmou que foi “pego de surpresa” com a notícia sobre o desembarque dos deputados do PDT, sua antiga legenda, do governo Lula. A decisão foi anunciada, nesta terça-feira (06), pelo líder do partido na Câmara dos Deputados, deputado federal Mário Heringer (MG), e foi motivada pelo episódio de desvios de recursos dos aposentados do INSS, que culminou na demissão do ex-ministro da Previdência Social e presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. Os pessedistas adotarão uma postura de “independência” ao Palácio do Planalto.
Perguntado por este Política Livre se a decisão atrapalha os planos de disputar eleição para deputado federal pelo PDT em 2026, já que a legenda rompeu com o grupo do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e retornou à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), na última semana, Roberto Carlos admitiu que com os novos desdobramentos o cenário fica “um pouco incerto”.
“Olha, eu fui pego de surpresa porque eu tinha recentemente conversado com Carlos Lupi, que é o presidente do PDT, e ele me disse que estava tudo certo, tanto com o governo federal, que a saída dele [do Ministério da Previdência] foi uma saída combinada com o próprio presidente Lula. E vejo hoje [ontem] na imprensa totalmente diferente, o PDT rompendo. Eu não sei o que pode acontecer, realmente o PDT também aqui em Salvador, na Bahia, já confirmou que voltou para o governo do Estado, para mim tudo agora é novo. Vamos esperar o que vai acontecer”, pontuou.
Roberto Carlos foi filiado ao PDT por 32 anos. Ele migrou para o PV em 2022 quando o PDT rompeu com o governo e decidiu marchar com o líder da oposição, ACM Neto (União Brasil), na eleição para governador do Estado. Embora avalie o seu retorno à legenda, que na Bahia é liderada pelo deputado federal Félix Mendonça Júnior, o parlamentar salientou que qualquer decisão será tomada de forma estratégica e que não há qualquer insatisfação com o PV, seu partido atual.
“Eu estou confortável no PV. Não estava buscando uma saída para o PDT, mas de qualquer forma mexe com a minha emoção e com o meu coração porque eu tinha 32 anos no PDT, mas vamos ver o que vai acontecer a partir de agora, se vai retornar ou não para a base aliada do governo federal”, frisou.
Roberto Carlos seguiu dizendo que o convite para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PDT seria um “combinado com o ex-ministro Carlos Lupi e com o governador Jerônimo Rodrigues”, como forma de suprir o vácuo existente na região de Juazeiro, seu principal reduto eleitoral, que hoje não conta com nenhum representante no Congresso.
“Eu também não ia participar de uma eleição para federal numa aventura, tem que ter uma conversa com a minha base, com o prefeito Andrei de Juazeiro, que quer muito que eu saia candidato a deputado federal. Não só ele, mas a região quer”, reforçou.
Carine Andrade, Política Livre