Dos 63 deputados estaduais, pelo menos seis já estão posicionados com chances de trocar o endereço do Centro Administrativo da Bahia pela Casa Baixa do Congresso Nacional 13 de setembro de 2025 | 15:50
Rumo a Brasília: por vaga na Câmara, potenciais federais antecipam clima de pré-campanha na Bahia; veja nomes e cenários
O clima de antecipação eleitoral na Bahia já faz despontar, nos bastidores, nomes com potencial para capturar uma cadeira na Câmara dos Deputados a partir de 2027.
Quem topa o desafio, precisa encarar um cenário de balança desigual que é concorrer com deputados de mandato que gozam de um tamanho sem fim de emendas parlamentares, além da possibilidade de ver reduzir de 39 para 37 a quantidade de vagas destinadas para a Bahia em razão do veto do presidente Lula ao projeto aprovado pelo Congresso Nacional que ampliou o número de assentos.
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Dos 63 deputados estaduais, pelo menos sete já estão posicionados com chances de trocar o endereço do Centro Administrativo da Bahia pela Casa Baixa do Congresso Nacional. São eles: Alan Sanches, Manuel Rocha, Robinho (todos do União Brasil) e Leandro de Jesus (PL) pelo campo da oposição, e Olívia Santana (PCdoB), Raimundinho da JR (PL) e Vitor Bonfim (PV) pela banda governista.
Com quatro mandatos na Assembleia e a experiência de ter sido vereador e presidente da Câmara Municipal, Sanches trabalha sua pré-candidatura desde que saiu das urnas em 2022 com 77 mil votos – e de lá para cá ganhou apoio expresso de ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil. Manuel Rocha concorre para herdar a cadeira do pai, José Rocha (União Brasil), que ensaia passos para o Senado. Robinho, por sua vez, tem grande força no extremo sul do estado, onde sua esposa comanda o município de Nova Viçosa, do qual ele também já foi prefeito no passado.
Ainda na oposição, outro nome que aparece com boas chances de conquistar uma vaga na Câmara com o apoio do bolsonarismo baiano é o do deputado Leandro de Jesus (PL) que, inclusive, deve contar com o apadrinhamento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro. Leandro tem liderado manifestações pela Bahia pela anistia dos presos do 8 de janeiro e críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Olívia Santana, a mais votada em Salvador (com 56 mil votos), surge com a expectativa de fazer os comunistas ganharem mais uma cadeira em Brasília, ao lado de Daniel Almeida e Alice Portugal. Mesmo tendo sido derrotado na disputa pela prefeitura de Dias D’Ávila, Raimundinho da JR (PL) não declinou da ambição de se tornar federal. Vitor Bonfim deve trocar o PV pelo PT num movimento que lhe oferte condições reais de chegar à Câmara Federal. Foi justamente esse o partido que deu legenda ao seu irmão, Guilherme Bonfim, para concorrer à prefeitura de Brumado em 2024, quando acabou derrotado por margem apertada.
O PT, a propósito, aposta no nome de Lucas Reis, chefe de gabinete do senador Jaques Wagner, cujo patrocínio fala por si só, além da ministra da Cultura, Margareth Menezes, nome lançado com as digitais da primeira-dama Janja da Silva, e do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
A esses nomes, some-se também Cacá Leão, secretário de Governo da prefeitura de Salvador, que anseia retornar à capital federal na vaga do pai, o deputado federal e ex-governador João Leão (PP), Jorge Araújo, o vereador mais votado de Salvador em 2024, Marcelinho Guimarães e até o vereador Sandro Filho (PP), cujo resultado de uma campanha nas redes para um público segmentado ainda é uma incógnita.
Ex-prefeitos
Nesse contexto, ao menos três ex-prefeitos também aparecem como postulantes em potencial: Zito Barbosa (União Brasil), de Barreiras; Moema Gramacho (PT), de Lauro de Freitas; e Elmo Vaz (PSB), de Irecê.
Zito e Elmo Vaz se ancoram no bom retrospecto de terem emplacado sucessores, enquanto Moema, derrotada em Lauro de Freitas ao apoiar Rosalvo, recorre ao recall partidário do PT e à hegemonia que o grupo exerce na Bahia para se reintroduzir no jogo político daqueles que têm mandato.
Duelos regionais
Zito e Elmo devem travar um bom duelo regional com opositores recentes das eleições municipais. Isso porque, em Irecê, Figueredo, que foi derrotado justamente pelo candidato de Elmo Vaz, Murilo Franca, deve ser candidato a federal. Em Barreiras, Zito terá a concorrência de Danilo Henrique (PP), que foi candidato à prefeitura de Barreiras e agora planeja ir a Brasília.
O mesmo conceito de disputa regional, Flávio Matos (ex-União Brasil e hoje PL) quer replicar em Camaçari, fazendo reviver a disputa de 2024, num antagonismo com a deputada federal Ivoneide Caetano (PT), esposa do prefeito Luiz Caetano (PT), que o derrotou no segundo turno. Ele quer assegurar parte dos 77 mil votos que teve, invocando a estratégia de ser “filho da terra”, mas é um movimento que arranha a articulação do ex-prefeito Antônio Elinaldo (União Brasil) – seu antigo padrinho – de transferir votos para Manuel Rocha e o deputado federal Paulo Azi (União Brasil). A decisão de Flávio Matos de ser candidato a federal, inclusive, foi o estopim para o rompimento político dele com Elinaldo.
Pragmatismo
Quem trabalha por caminhos mais pragmáticos é Jayme Vieira Lima, presidente da Companha de Engenharia Hídrica e Saneamento da Bahia (Cerb) que o MDB, leia-se Geddel e Lúcio Vieira Lima, quer emplacar entre os federais baianos, juntando-se ao correligionário Ricardo Maia.
O mundo político também está de olho nas movimentações do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), que deseja abertamente ungir o filho homônimo a deputado federal, a partir, inclusive, de uma ofensiva pelo interior da Bahia, em busca de dobradinhas e apoio, que ele tem buscado essencialmente em colegas presidentes de Câmara – como Ivan Cordeiro, de Vitória da Conquista.
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