Têm tomado tração rumores de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), estaria avaliando a hipótese de não concorrer ao governo da Bahia em 2026. O movimento é celebrado por adversários, enquanto aliados enxergam com ceticismo qualquer movimento nesse sentido. No entanto, mesmo diante da emergência do tema, o entorno de ACM Neto evita falar abertamente sobre o tema, ainda que o incômodo exista com as abordagens.
Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, o ex-prefeito reage a sucessivas tentativas de aliados em firmar compromissos eleitorais com antecedência, causando constrangimento e o tornando uma espécie de apagador de incêndios criados por outrem. Publicamente, ninguém reclama das atuações desses aliados, porém é crescente a “indignação” do núcleo mais próximo ao ainda pré-candidato ao governo baiano.
Dentre as indisposições, há a ofensiva do governo de Jerônimo Rodrigues (PT) para, desde 2023, “capturar” grupos políticos que no ano anterior marcharam ao lado do ex-prefeito. Somado a isso, um interlocutor revelou que pré-candidatos a deputados federal e estadual têm agido de maneira acintosa para “criar dificuldades para vender facilidades”. A pressão estaria tirando a paciência não somente de ACM Neto, mas também daqueles compartilham perspectivas semelhantes do ponto de vista eleitoral.
“Querem que ACM Neto assuma compromissos desde agora, como se fosse possível. Não é ano de política, isso deveria acontecer só no próximo ano. Tem gente querendo fechar lista de candidatos, como se isso fosse possível agora”, reclamou uma figura ligada ao ex-prefeito, em condição de anonimato. As queixas recorrentes, de falta de atenção a críticas pelo “sumiço” do pré-candidato do União Brasil a governador da Bahia, fazem crescer um mal-estar, cujos esforços para superação geram ainda mais tensão no grupo.
A leitura é que, por mais que virtualmente não haja uma candidatura a presidente de oposição definida, a musculatura do ex-prefeito para enfrentar Jerônimo Rodrigues garantiria desempenho bom para os oposicionistas locais. Por isso, quem trata como factível o abortamento prematuro da campanha é visto com reticência pela coxia do União Brasil na Bahia. “Querem que ACM Neto seja candidato nas condições deles, quando as condições para candidatura têm que vir do próprio ACM Neto”, sugere um dos articuladores.
Todavia, os rumores de uma eventual desistência da candidatura, a tanto tempo das definições, acendem o alerta para o futuro político de ACM Neto. “Seria a morte política dele”, vaticina um aliado.
FUTURO E POSSIBILIDADES
Os encontros recentes com aliados, seja durante agendas no interior do estado ou até mesmo em Brasília, como aconteceu na última quarta-feira (17), ilustram o tom da “antecipação” das negociações para disputa do próximo ano. Mesmo sem pressa, Neto sofrido também com a ameaça de alguns aliados próximos, indicando que a incerteza de uma candidatura na Bahia, ou até mesmo a possibilidade de integrar uma chapa nacional, pode repercutir na relação.
A ideia de “repetição” do cenário apresentado em 2018, quando o então prefeito da capital baiana refugou em ir ao embate estadual com o governador da época Rui Costa (PT), indicando o atual prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (União) para a empreitada, ainda assusta alguns. O pleito seria de “carimbar” antecipadamente a presença nas eleições, confirmando a chapa que puxaria os candidatos a proporcional pelo grupo, mantendo um cenário “mais estável” para uma disputa extremamente concorrida e difícil, apontam aliados do ex-prefeito.
Com o “sinal amarelo” de Neto, alguns nomes também estariam ensaiando uma “condicionante” para conseguir uma liberação em garantir sua eleição legislativa, caso ele não esteja nas urnas baianas. Presentes em algumas reuniões, aliados próximos indicaram a reportagem que “a incerteza pode gerar dissidentes”.
Fonte: Bahia Notícias
Descubra mais sobre Euclides Diário
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.