A sofrência passou a dar dinheiro para Pablo do Arrocha para além do uso da própria voz nos palcos. Em 2023, o artista decidiu investir ainda mais na música e estreou como empresário no gênero que o fez conhecido em todo o país.
Ao lado do empresário Mário Paim, o cantor fundou a M&P Produções Artísticas e, em pouco tempo, já é possível afirmar que o artista formou o “Vingadores do Arrocha”, com um time repleto de estrelas, digno da seleção brasileira na década de 70, que conquistou o tricampeonato mundial.
No casting da empresa, nomes como Nenho, Netto Brito, Silfarley, Milsinho Toque Dez, Asas Livres, Simone Morena, Lukas Barretto. Stefany & Gabriely e a última grande contratação, Tayrone, fizeram com que a empresa fosse uma das mais contratadas para tocar no São João da Bahia em 2025.
Foto: Bianca Andrade/ Bahia Notícias
Em entrevista ao Bahia Notícias, Pablo revelou o motivo que o fez entrar de cabeça no mundo dos negócios na indústria musical. Ainda na referência ao futebol, o artista pode ser considerado o olheiro de talentos do arrocha.
“Eu vi muita gente talentosa e, de certa forma, com pouco da experiência que eu tenho, eu poderia somar na carreira, somar em alguma gestão, sabe? E o meu empresário, Mário Paim, eu considero assim, não é porque meu empresário, mas eu considero um dos maiores empresários do Brasil. Ele tem me ensinado a conduzir isso de uma forma muito, muito bacana”, conta.
Na autoavaliação, o artista acredita que apostar na área foi um acerto, mesmo com a pouca experiência no ramo.
“A cada dia que passa eu busco aprender, e eu tenho me saído, assim eu acho, muito bem. Não que eu saiba tudo, até porque nós nunca vamos saber de tudo. Mas eu estou me esforçando para cada dia que passa, ter essa possibilidade.”
Para Pablo, o investimento como empresário também é uma forma de não deixar a música, se caso pense em sair dos palcos. “No dia que eu disser, ‘Ó, desacelerei’, ou ‘Quero dar um tempo na música’, eu quero deixar um legado para meus discípulos, fazendo o que eu mais amo, que é cantar e representar o arrocha”.
Considerado um dos precursores do ritmo, Pablo avalia o crescimento do arrocha como um trabalho de união dos artistas. Para o cantor, a forma como a cena tem se apoiado conseguiu fortalecer o ritmo em todo país.
“Hoje eu estou achando muito bacana a parte de todos os artistas se unirem, a gente tem feito muitas coisas juntos. Todos os artistas se unindo, os que estão chegando agora, um dando oportunidade para o outro. Acho que é isso que está fortalecendo a cada dia mais o nosso arrocha. E eu digo ‘nosso arrocha’ com propriedade, porque é o ritmo que nós lutamos para conquistar o espaço. Hoje eu vejo a cada dia o mercado ficando mais amplo para o nosso ritmo musical. O Brasil inteiro, todos os artistas sem distinção de gênero, cantando o nosso arrocha, então acho que a gente está indo no caminho certo.”
Pablo e Mário Paim | Foto: Instagram
Ao Bahia Notícias, o parceiro de Pablo nos negócios, Mário Paim, revelou que o único espaço que ainda não foi conquistado pelo arrocha são os estados do Sul.
Na avaliação do empresário, a dificuldade tem a ver com a questão da logística, pela distância da Bahia para o Rio Grande do Sul, por exemplo, além do estilo consumido pela região, mas Paim acredita que não é impossível que o arrocha chegue com força por lá.
A plataforma Sua Música segue apontando o gênero como o mais ouvido pelo público. Milsinho Toque Dez, Natanzinho Lima e Netto Brito aparecem como os mais ouvidos do mês, enquanto David Miranda é recomendado como uma revelação do gênero.

Já no YouTube, por meses consecutivos o gênero teve um representante no topo dos artistas mais ouvidos da plataforma, entre eles o próprio Pablo. No Spotify, Toque Dez é o artista que melhor representa o gênero, conseguindo emplacar mais de uma música no TOP 50.
Para quem acompanha a cena, um fator chama a atenção, o surgimento de novos nomes do arrocha vindos de um vizinho da Bahia, o estado de Sergipe. Se Candeias tivesse uma filial fora do estado, o interior de Sergipe seria a representante oficial da casa do arrocha.
Dos nomes citados acima, dois deles são de Sergipe, Heitor e Natanzinho, e no casting de Pablo, ainda tem Simone Morena como representante do estado. Para o intérprete de ‘Loteria’, a “exportação” de talentos do estado vizinho só mostra a força do arrocha, que conseguiu ultrapassar divisas e fazer com que novos artistas surgissem de lugares que não fossem Candeias ou alguma outra cidade do interior da Bahia.
“Tem muitos artistas que nasceram no berço de Sergipe. Inclusive eu, tenho um pezinho lá também, que meus avós são de lá, meu pai é de lá. Então assim, hoje eu tô vendo muitos artistas vindo do estado de Sergipe. O próprio Devinho Novaes, o Natanzinho. Tem uma galera muito massa que está vindo do berço de Sergipe, conquistando também um mercado muito gigantesco. Eu tenho só a agradecer a todos esses artistas por abraçarem o que a gente faz, que é o nosso arrocha. Cada um deles estão chegando agora, acrescentando e somando muito para que o arrocha se mantenha.”

E se muito artista surge, é sinal de que Pablo vai deixar a cena? Esqueça essa possibilidade. Após assustar o público com uma brincadeira na web de que abandonaria a sofrência, o artista afirmou que não se vê fora da música. “Não penso jamais em parar de cantar, até porque eu amo cantar, né? Sou apaixonado pela música.”
Para o próximo ano, além de investir nos projetos dos próprios agenciados, como a carreira de Tayrone com o retorno do projeto ‘Tayrone Exclusive’, além de shows de Netto Brito, Silfarley, a gravação do próximo DVD de Simone Morena e a turnê da artista pela Europa, Pablo do Arrocha anunciou a realização de mais uma edição da festa ‘Budega do Pablo’ em Salvador.
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