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Tarifaço de Trump “apaga” crises entre Lula e Congresso

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O tarifaço de Donald Trump sobre o Brasil provocou uma consequência pouco comum no país atualmente: uniu pólos distintos em defesa da soberania nacional. Com a esdrúxula justificativa de lidar com caça às bruxas em desfavor de Jair Bolsonaro, Trump o presidente do EUA gerou muito barulho e apagou do noticiário a tensão crescente entre Executivo e Legislativo. Para a sorte do governo Luiz Inácio Lula da Silva e dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Até quando, ainda não sabemos. 

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Sem entrar no mérito do resultado econômico das bravatas do clã Bolsonaro e da extrema-direita brasileira, o impacto político foi imediato. Há até quem tente culpar Lula pela loucura trumpista, mas, por enquanto, a responsabilidade tem recaído sobre a articulação pela “anistia geral e irrestrita” defendida inicialmente pelo deputado federal à distância, Eduardo Bolsonaro, e agora incorporado ao discurso antipetista. Felizmente, parece que uma parcela expressiva da população não faz essa conexão ridícula proposta. 

Só que o Brasil real ainda existe. A batalha pelo reajuste do IOF, todavia, continua existindo. A conciliação agora com a participação do Supremo Tribunal Federal deve acontecer ao longo dessa semana. Mas o efeito Trump distensionou a conturbada relação entre Executivo e Legislativo. Até notas em tons semelhantes foram emitidas por Lula e pelos dirigentes do Congresso Nacional. Ou seja, para quem esperava mais lenha na fogueira, os últimos dias foram bem menos incendiários. Possivelmente, irritando bastante os extremistas que vivem do caos. 

Ninguém lembra também, por exemplo, que aguarda sanção o aumento do número de deputados federais e que Lula tem sido resistente em fazê-lo. Esse desgaste pode ficar exclusivamente com deputados e senadores. Porém, se for para dissipar um ponto de tensão, não duvide da capacidade do presidente brasileiro de assumir parte do ônus para viabilzar outras matérias, como o reajuste do IOF. Agora, sob efeito Trump, o diálogo foi reconstruído, e o que era improvável se tornou possível. Graças as barbeiragens de quem defende perdoar crimes em troca da soberania do país.

Só precisamos ficar atentos para que essa ameaça feita pelo presidente dos EUA não gere precedentes a partir da bajulação exagerada de falsos nacionalistas, a exemplo dessa anistia desnecessária. Como tem quem compare o Japão pós-guerra a um Brasil organizado e com instituições fortes, é bom não perder o foco da capacidade de fazer “a boiada passar”, enquanto a caravana passa. Sobreviveremos. É o que espero.

Fonte: Bahia Notícias


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