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TCE-PE suspende concurso após aprovação da “candidata gênio”

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TCE-PE suspende concurso após aprovação da “candidata gênio”
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O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) se pronunciou, nesta terça-feira (7/10), após vir a público a notícia de que o nome de Laís Giselly Nunes de Araújo (foto em destaque), de 31 anos, aparece na lista de aprovados para o cargo de analista de controle externo do órgão.

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Em nota oficial, o TCE-PE declarou que “até que todos os fatos estejam devidamente esclarecidos, ficam suspensos todos os atos pertinentes ao concurso”.

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“Diante dos fatos revelados por inquérito da PF e veiculados na imprensa sobre fraudes em concursos públicos em nível nacional e estadual, o TCE-PE e a FGV informam que já estão tomando todas as providências cabíveis junto às autoridades policiais e judiciárias para proteger a integridade do certame.”

A lista de candidatos aptos para ocupar as vagas foi publicada na manhã desta terça (7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A polêmica ocorre porque Laís é investigada pela Polícia Federal (PF) por ter participado de diversas fraudes em certames públicos.

O órgão ainda declarou que, como instituição de controle externo, que tem o dever constitucional de zelar pela regularidade das admissões de pessoal da gestão pública, será intransigente na defesa da lei, da meritocracia e do interesse público, quaisquer que sejam as medidas jurídicas que o caso exija.

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O resultado do concurso foi publicado nesta terça-feira (7/10)

Quem é a “candidata gênio”

Laís Giselly é conhecida por colecionar em seu currículo aprovações em medicina e direito em universidades federais, assistente administrativo em instituição federal de ensino e auditoria fiscal do trabalho pelo Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024.

À primeira vista, o histórico poderia ser atribuído a uma candidata de desempenho extraordinário, mas, segundo a PF, as conquistas teriam sido obtidas de forma fraudulenta.

Desde 2022, Laís é alvo de investigações que apuram fraudes em pelo menos 14 concursos públicos. O caso ganhou maior destaque após o início das apurações sobre o CNU 2024, quando foi constatado que o gabarito da candidata era idêntico ao de Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar e apontado como líder de organização criminosa que vendia aprovações em certames federais e estaduais.

A PF classifica as aprovações da candidata como “estatisticamente improváveis” e afirma que há “indícios fortes de participação nas fraudes”.

Membro da quadrilha

Durante a análise de dados digitais apreendidos, os investigadores encontraram documentos que conectam Laís diretamente aos demais integrantes da organização que fraudou vagas do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024.

A mãe dela, Erika de Matos Nunes, também integrava o grupo criminoso. Segundo a PF, a mulher era enfermeira lotada no Hospital da Beneficência Portuguesa do Recife e atuava como captadora de candidatos para integrar a rede criminosa.

Mãe e filha não são as únicas investigadas ligadas por laços sanguíneos. Apontado como operador da fraude, o ex-policial militar Wanderlan Limeira de Sousa usou a fraude para beneficiar irmãos, filhos e sobrinhos: todos colecionam aprovações fraudulentas em certames de alto prestígio.

Valmir Limeira de Souza, 53 anos, o filho do ex-PM, Wanderson Gabriel de Brito Limeira, 24, e a sobrinha dele, Larissa de Oliveira Neves, 25, também foram aprovados para o cargo de auditor fiscal do trabalho no CNU de 2024.

A rede foi descoberta pela PF após uma denúncia anônima. Ao requisitar os gabaritos à banca organizadora, a PF encontrou a evidência definitiva: Wanderlan acertou 59 das 60 questões da prova no turno da manhã; o irmão dele, Valmir Limeira de Souza, fez a prova no turno da tarde e obteve o mesmo resultado. Ambos erraram exatamente as mesmas questões.

 

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