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Tem problemas de memória? Explicação pode estar no que você come

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Novo estudo revela que uma dieta rica em gordura pode causar impactos negativos para a memória em apenas alguns dias

Mulher loira tentando lembrar, com símbolo de interrogação ao fundo; referência à falta de memória
Mulher loira tentando lembrar, com símbolo de interrogação ao fundo; referência à falta de memória / Crédito: Ollyy (Shutterstock/reprodução)

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Uma alimentação saudável é fundamental para o funcionamento adequado do nosso corpo. Escolher o que você come (e deixa de comer) pode prevenir o surgimento de diversas doenças crônicas e até alguns tipos de câncer.

Agora, um novo estudo revelou que a dieta também é essencial para a memória. Segundo os pesquisadores, apenas alguns dias consumindo produtos ricos em gordura já é suficiente para prejudicar a função cognitiva.

Imagem mostra grupo de ocmida industrializadas açucadas e repletas de sódio.
Alimentos ricos em gordura prejudicam capacidade cognitiva (Imagem: monticelllo/iStock)

Desequilíbrio causado pela alimentação prejudica a memória

  • O trabalho identificou um mecanismo anteriormente desconhecido em relação a um grupo específico de células cerebrais que são afetadas por alimentos ricos em gordura.
  • Essas células, conhecidas como interneurônios colecistocinina (CCK), agem como freios no centro de memória do cérebro, o hipocampo.
  • Elas atuam para manter os neurônios piramidais excitatórios, essenciais para codificação da memória, trabalhando da forma adequada.
  • Quando esse equilíbrio é afetado, o processamento da memória fica prejudicado e é possível, inclusive, que a construção de novas memórias cesse.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Neuron.

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Efeitos são identificados em poucos dias, mas podem ser revertidos

Os cientistas já sabiam que uma dieta rica em gordura prejudica a forma como o cérebro metaboliza seu combustível primário, a glicose (açúcar). No novo estudo, a equipe testou os impactos desta alimentação em camundongos por quatro dias. O trabalho revelou uma piora no desempenho da memória mesmo antes dos animais mostrarem sinais de ganho de peso ou diabetes. A conclusão é que o problema não era simplesmente a ingestão de gordura em si, mas a maneira como o cérebro respondia a ela.

Os pesquisadores então identificaram que uma proteína conhecida como piruvato quinase M2 (PKM2) desempenhou um papel fundamental para excitar os interneurônios CCK. Em circunstâncias normais, ela ajuda a regular como os neurônios usam a glicose como energia, mas quando a glicose é escassa, esse equilíbrio muda de uma forma que leva a um efeito cascata.

O que mais chamou a atenção dos cientistas foi como as mudanças no cérebro foram rápidas. Por conta disso, eles sugerem que a exposição a longo prazo a uma dieta rica em gorduras saturadas poderia levar a um risco maior de desenvolver doenças graves como demência e doença de Alzheimer. Por outro lado, os pesquisadores descobririam que os efeitos podem ser revertidos.

Este trabalho destaca como o que comemos pode afetar rapidamente a saúde do cérebro e como as intervenções precoces, seja por meio de jejum ou remédios, podem proteger a memória e diminuir o risco de problemas cognitivos de longo prazo ligados à obesidade e distúrbios metabólicos. A longo prazo, essas estratégias podem ajudar a reduzir a crescente carga de demência e Alzheimer ligada a distúrbios metabólicos, oferecendo cuidados mais holísticos que abordam o corpo e o cérebro.

Juan Song, um dos autores do estudo


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