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Ao anunciar estado de emergência de segurança pública em Washington D.C, nesta segunda-feira (11/8), e federalizar a polícia da capital dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump comparou a taxa de criminalidade da cidade com a de diversas cidades do mundo – entre elas, Brasília (DF).
“Ao olhar para os números, em comparação com dados de diversos locais do mundo – Bagdá, Cidade do Panamá, Brasília, San Rosé, Costa Rica, Bogotá, Cidade do México –, [em relação a] todos, dobramos e triplicamos [a taxa de criminalidade]. Vocês querem morar em lugares assim?”, disse Trump, mostrando uma série de gráficos que, segundo ele, comprovam que a taxa de criminalidade em Washington D.C. é pior do que nesses locais.
Veja:
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), em 2024, houve 207 homicídios registrados na capital do Brasil. A taxa de homicídios ficou em torno de 6,9 por 100 mil habitantes, com base na população estimada de cerca de 3 milhões. Taxa menor, portanto, do que a mostrada no gráfico de Trump, de 13 homicídios a cada 100 mil habitantes.
De acordo com dados do Atlas da Violência 2025, foram 11 casos por 100 mil habitantes em Brasília.
Já o relatório anual da Metropolitan Police Department of the District of Columbia (MPD) mostra que houve cerca de 180 homicídios, no ano de 2024, em Washington, D.C.. A taxa de homicídios ficou em torno de 27 por 100 mil habitantes. A população da capital norte-americana é estimada em 670 mil habitantes.
Durante a fala desta segunda, além de tomar o controle da polícia da capital, Trump também anunciou que enviará a Guarda Nacional para Washington D.C.
“Invoco oficialmente a Seção 740 da Lei de Autonomia do Distrito de Columbia, vocês sabem o que é, e coloco o Departamento de Polícia Metropolitana de DC sob controle federal direto”, disse Trump durante uma entrevista coletiva na Casa Branca nesta manhã.
O governo deve enviar 800 homens da Guarda Nacional durante a próxima semana, “para começar”. “Eles começarão, imediatamente, operações massivas de execução, visando tirar das ruas gangues conhecidas, traficantes de drogas e redes criminosas.”
Nesse domingo (10/8), o presidente-norte americano chegou a afirmar que “os sem-teto devem partir imediatamente”. “Vamos oferecer abrigos, mas longe da capital”, escreveu em sua plataforma Truth Social, antes de ameaçar os moradores de rua e chamá-los de “criminosos”. “Vocês não precisam partir. Vamos colocá-los na prisão, onde deveriam estar”, declarou.
Segundo o relatório anual do Departamento de Habitação, Washington D.C. ocupava, em 2024, o 15º lugar entre as grandes cidades americanas com maior número de pessoas em situação de rua, com mais de 5,6 mil registros.
“Há muito crime, muitos grafites, muitas barracas nos gramados, gramados magníficos”, disse Trump à imprensa, destacando a importância da aparência da capital, que recebe regularmente líderes estrangeiros.
No fim de março, ele assinou um decreto para ampliar a supervisão federal sobre a prefeitura, especialmente no combate à imigração ilegal.
A prefeita de Washington, a democrata Muriel Bowser, adotou uma postura conciliadora na época. No mesmo mês, ela decidiu apagar um mural pintado em 2020 com as cores do movimento antirracista “Black Lives Matter”, alvo de críticas por parte dos republicanos.
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