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União Europeia lança plano de 800 bilhões de euros para fortalecer defesa

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União Europeia lança plano de 800 bilhões de euros para fortalecer defesa

A segurança da Europa está sob ameaça de forma real e imediata. Diante desse cenário, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta terça-feira um plano para fortalecer “urgentemente” a defesa europeia antes da reunião extraordinária do Conselho Europeu, que ocorre na quinta-feira, com foco na guerra na Ucrânia e na segurança do continente.

Von der Leyen enviou aos 27 Estados-membros uma carta com cinco propostas para financiar um aumento no orçamento de defesa, estimado em 800 bilhões de euros, dentro da iniciativa batizada de RearmEurope. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que Donald Trump confirmou o fim da ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia, algo que ele já vinha prometendo durante sua campanha eleitoral. Segundo a presidente da Comissão Europeia, o plano visa oferecer uma resposta de curto prazo, ao mesmo tempo que fortalece a indústria de defesa no longo prazo.

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Uma das principais propostas é a suspensão das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento por meio da ativação da cláusula de salvaguarda nacional. Esse mecanismo permitirá que os investimentos em defesa fiquem fora dos cálculos de dívida e déficit dos países. Von der Leyen estima que, se os Estados-membros elevarem os gastos militares em 1,5% do PIB, poderão criar um espaço fiscal de até 650 bilhões de euros em quatro anos.

Outra medida prevista no plano é a criação de um instrumento financeiro que disponibilizará 150 bilhões de euros em empréstimos para os países da União Europeia investirem em defesa. O foco será em sistemas de defesa aérea, artilharia (mísseis e munição), drones e tecnologias antidrones. Além disso, Bruxelas propõe o redirecionamento de parte dos fundos de coesão – tradicionalmente usados para infraestrutura em regiões menos desenvolvidas – para projetos militares.

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Busca por autonomia e desafios políticos

A União Europeia busca reduzir sua dependência militar dos Estados Unidos, mas enfrenta desafios para viabilizar os investimentos necessários. Para evitar bloqueios de países como Hungria e Eslováquia nas conclusões do Conselho Europeu, as novas medidas buscam agilizar os processos e dar mais autonomia aos Estados-membros. O presidente da França, Emmanuel Macron, estima que a UE precisaria investir ao menos 200 bilhões de euros para atender às necessidades imediatas de defesa e alerta que o bloco não pode esperar até a renegociação do orçamento plurianual, prevista para 2028.

Enquanto isso, líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, intensificam as negociações sobre o envio de tropas à Ucrânia e a possibilidade de uma trégua temporária nos combates, incluindo áreas marítimas e infraestruturas energéticas. A proposta de enviar militares divide opiniões dentro do bloco, com resistência de países como Itália, liderada por Giorgia Meloni, e Espanha, sob comando de Pedro Sánchez, que consideram a medida precipitada. Já Londres se opõe à ideia de uma trégua temporária.

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Outra possibilidade em discussão é o uso de 210 bilhões de euros em ativos russos congelados pela UE ou cerca de 93 bilhões de euros ainda não solicitados do Instrumento de Recuperação e Resiliência, criado após a pandemia de Covid-19. No entanto, qualquer decisão precisará ser aprovada no Conselho Europeu.

A reunião entre líderes europeus no último domingo, em Londres, deixou claro que a UE pretende assumir o controle das negociações e fortalecer sua capacidade de defesa diante do cenário geopolítico cada vez mais instável.

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