Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciaram um boicote contra o canal esportivo CazéTV. A mobilização começou nas redes sociais neste domingo (20), incentivando o cancelamento de inscrições no YouTube da emissora, que transmite jogos de futebol e programas esportivos. A razão do boicote é uma piada feita pelo humorista Marcelo Adnet, que ironizou a operação da Polícia Federal (PF) contra Bolsonaro.
Repercussão da piada feita na CazéTV no X (Ex-Twitter) | Fotos: Reprodução / X
O “cancelamento” veio após o humorista Marcelo Adnet ironizar o pen drive encontrado pela PF na casa do ex-presidente enquanto cumpria uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante o programa transmitido pela CazéTV, momentos depois, Adnet também satirizou a tornozeleira eletrônica que foi colocada em Bolsonaro e fez uma alusão a um bebê reborn utilizando o equipamento.
Na piada, Adnet também debochou de uma teoria, criada pelo influenciador de direita Raiam Santos, e que vem sendo discutida nas redes sociais, de que a CazéTV, criada pelo streamer Casimiro Neto, seria, na verdade, uma filial da TV Globo.
“Acabamos de fazer uma batida aqui, a Polícia Federal entrou e encontrou no banheiro do Cazé (Casimiro) um pendrive, que será aberto ao vivo e que revelará quem é a verdadeira dona da CazéTV. Dica, começa com ‘plim’ e acaba com ‘plim’”, disse Adnet antes do programa ir para o intervalo.
“Olha quem está aí, a nossa repórter reborn. Está impedida de se manifestar porque está com uma ‘tornozeleirinha’ eletrônica. Acabou fazendo besteirinha. Ela não deveria nem estar aqui, esse horário ela já deveria estar em casa”, completou o humorista após o programa retornar do intervalo.
Confira o momento:
Em vídeo nas redes sociais, o jornalista Thiago Asmar, conhecido como “Pilhado”, criticou a piada feita no canal da CazéTV e afirmou que “todo canal que cresce no Brasil politiza a favor da esquerda”. Além disso, Pilhado repudiou que uma emissora esportiva esteja trazendo pautas políticas para seus programas.
A OPERAÇÃO CONTRA BOLSONARO
Na última sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou uma operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e impôs medidas restritivas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar durante a noite.
Além disso, Bolsonaro está proibido de se aproximar de embaixadas e consulados, bem como de manter contato com outros investigados no caso. Ele também não pode se comunicar com autoridades estrangeiras, seja diretamente ou por meio de terceiros.
Em sua decisão, Moraes afirmou que as ações do ex-presidente demonstram conduta deliberada e ilícita, em conjunto com o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), visando tentar subverter as instituições democráticas. O ministro destacou que as investigações indicam possível envolvimento em crimes como obstrução de Justiça, coação no curso do processo e até mesmo atentado contra o Estado Democrático de Direito.
A PF apontou que Bolsonaro estaria alinhado com o filho Eduardo na prática de atos ilícitos, incluindo negociações consideradas “espúrias e criminosas” com autoridades estrangeiras, configurando risco à ordem institucional.
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