Vumbora?! Brincadeira de Bruno Reis para Bell Marques não é nova; cantor teve nome especulado para ser candidato a deputado federal em 1997

1 views

users

Foi em 1997, no mesmo ano da morte trágica de princesa Diana e da Madre Teresa de Calcutá; do começo e da primeira publicação da saga de Harry Potter; da condenação do ex-ator Guilherme de Pádua pela morte de Daniella Perez – que um fato atípico e pouco lembrado começou a ser repercutido no mundo das celebridades e da política baiana. 

 

Trata-se de uma candidatura do até então vocalista da banda Chiclete com Banana ao Congresso Nacional. Sim, o interprete de “Selva Branca” chegou a ser pensado por um grupo político que iria convidar Bell Marques para um cargo público. O desejo era que Bell Marques falasse “Vumbora” para a candidatura de deputado federal pela Bahia no ano seguinte.

 

O que foi imaginado, ironizado e dito em tom de descontração pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), nesta segunda-feira (6), sobre o convite para o guitarrista lançar uma candidatura ao Senado Federal – em tom de brincadeira -, foi uma possibilidade veiculada em novembro de 1997 por lideranças políticas e imprensa local e até nacional. 

 

Em um levantamento feito pela reportagem do Bahia Notícias, foram acessados produções e conteúdos jornalísticos a respeito do nome do músico ser lembrado e cogitado para a candidatura. Vale lembrar que o artista em outras ocasiões depois já mencionou que não teria nenhuma pretensão política, e demonstrou ao decorrer da carreira não se engajar em assuntos do tipo. Essa reportagem é baseada em produções efetuadas no final dos anos 90. 

 

A primeira publicação, veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo no final dos anos 90, indicou que o nome do cantor chegou em um momento de surgimento de novos líderes políticos e partidários, já que as personalidades do segmento naquela época estavam com a “imagem desgastada”, conforme a publicação. 

 

A matéria em questão relatou que as siglas daquela época procuravam ganhar o voto dos eleitores através do lançamento de candidaturas de artistas conhecidos, atletas e personalidades de prestígios. 

 

Além do cantor de Axé, nomes a exemplo de Luiza Brunet, Oscar Schmidt e até de Tim Maia estavam na casa de apostas para receberem convites dos caciques políticos daquele momento. 

 

BELL NO PFL?
A ideia dos políticos daquela época era procurar no segmento musical, nas bandas que faziam sucesso desde aquela época, “um puxador de votos”, segundo a Folha. Desde o começo do grupo, após se transformar de Scorpius para Chiclete com Banana, a banda que deixou de tocar em bailes e tocar e cantar rock junto com Bell sempre possuiu relevância e prestígio na música carnavalesca baiana. 

 

A projeção inicial era colocar imagens e fotos do cantor em cédulas eleitorais ao lado de candidatos daquela época que seriam veículadas. Depois, outro pensamento dos mandatórios políticos era de que o compositor migrasse e tivesse uma candidatura de parlamentar após na eleição de 1998. O antigo PFL, que se tornou Democratas e atualmente é o União Brasil, mesmo partido do prefeito de Salvador, do ex-governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, e do ex-prefeito ACM Neto, queria que Bell ocupasse o mesmo espaço do líder do governo na Câmara naquele momento, o deputado Luís Eduardo Magalhães. 

 

Foto: Folha de S.Paulo

 

O projeto era realizar uma “dobradinha”, fazendo com que Bell fosse ao Congresso e Luís Eduardo ao Senado ou ao governo estadual, de acordo com a publicação da Folha de S.Paulo. Naquele momento, o deputado, tinha sido o mais votado da Bahia com 138 mil votos quatro anos antes. Luis Eduardo faleceu em 1998. 

 

 

Foto: Folha de S.Paulo 

SE ME CHAMAR EU VOU?!
Parafraseando a música “Se me Chamar eu Vou”, um dos hits de Bell, ele estava em “todos os planos” deste grupo político. No entanto, a proposta “valeu demais”, mas ficou “pra trás”, e os debates feitos naquela época a respeito do nome do artista na política, não passou de boatos ou desejos.

 

Uma publicação do jornal A Tarde, também em 1997, revelou que as especulações, na verdade, eram boatos. 

 

No mesmo período, a reportagem do jornal impresso fez contato com a antiga relações-públicas e assessora do Chiclete, Jaira Van Der Zejden e indicou que, caso Bell decidisse ser político, “o povo é quem primeira vai saber”. A produção contou ainda que não seria aquela hora que ele iria falar sobre isso. O que conteúdo revelou naquela época, era que a única campanha aceita por Bell foi uma ação social em prol de crianças e adolescentes. A campanha em si pedia respeito às crianças e a participação do músico foi feita em uma solicitação do juiz Salomão Resedá. 

 


Foto: Acervo Pessoal

 

Porém, os anos passaram, a ideia foi “eterna enquanto durou”, e as conjunturas, junto com a vontade de levar Bell para a política, esfriaram e não houve mais outras notícias ou indícios sobre o assunto.  

 

O historiador e chicleteiro, Jota Amorim, que coleciona recortes de jornais do Chiclete com Banana e de Bell, explicou que naquela época a informação sobre Bell como deputado surpreendeu e repercutiu entre os entusiastas do músico. 

 

“Foi uma surpresa, até porque eu recortei e guardei. […] Achei interessante porque Bell, se você perceber, ele se sempre se deu bem com todas as bandeiras, e com todos os lados e partidos políticos. Não importa se direita ou esquerda, ele consegue transitar no meio de todos, sem conflito. E eu achei que poderia sim ser um candidato, um candidato para somar com a Bahia”, observou Amorim. 

 

Apesar de considerar interessante o convite para o músico se engajar no mundo político, o seguidor disse que não seria interessante, já que o cantor poderia parar de cantar caso migrasse para o cargo. Entretanto, ele disse que se a possibilidade fosse real, faria campanha gratuita para o ídolo. 

 

“Para gente que é fã não seria interessante porque ele ia parar de tocar em regra, poderia não conseguir conciliar. Ele não cogita, mas eu, votaria nele, é e faria campanha gratuitamente, meu voto já tem, está garantido”, contou Jota. 

 

O antigo líder do chiclete também não se pronunciou mais sobre a temática e não se engajou na área. Vale lembrar que Bell nunca comentou anteriormente, em mais de 40 anos de carreira, sobre assuntos políticos.  As especulações fizeram parte dos bastidores políticos daquela ocasião, que também elencou outros nomes. Porém, nunca houve comprovações de que ele teria cogitado concorrer a um cargo público, já que ele nunca mencionou isso e nunca veículou sua imagem a nenhum político. 

Rolar para cima