Inflação acelera a 0,56% em outubro, acima das projeções

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), acelerou para 0,56% em outubro, segundos dados divulgados nesta sexta (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta ocorreu após variação de 0,44% em setembro.

O mercado financeiro esperava avanço de 0,54% para o índice de outubro, de acordo com a mediana das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas é de 0,48%% a 0,65%.

Com o novo resultado, a inflação alcançou 4,76% no acumulado de 12 meses, apontado pelo IBGE. Nesse recorte, a alta era de 4,42% até setembro. O mercado financeiro esperava 4,74%.

Segundo o IBGE, o resultado de outubro foi influenciado pelo aumento nos preços da energia elétrica residencial, que subiram 4,74% —o cenário já era esperado, uma vez que no mês passado a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) acionou a bandeira vermelho patamar 2, quando a energia atinge seu maior preço.

Esse aumento provocou altas no grupo de habitação (1,49%) e na alimentação e bebidas (1,06%), que também foram impulsionadas pelo aumento do preço das carnes (5,81%).

O IPCA é referência para a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central), cujo centro é de 3% em 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais.

Isso significa que o objetivo será cumprido se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) nos 12 meses até dezembro. Caso não seja, o próximo presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisará escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões para o descumprimento da meta e dizendo como pretende garantir o retorno do índice aos limites estabelecidos.

Na mediana, as projeções mais recentes do mercado financeiro indicam estouro da meta neste ano. A estimativa do boletim Focus divulgada na segunda (4) pelo BC é de 4,59%, acima do teto de 4,5%.

Em uma tentativa de frear a inflação e ancorar as expectativas dos analistas, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu na quarta (6) intensificar o ritmo de alta dos juros e elevar a taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

Fonte: política livre

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