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A BAHIA E SUAS ELEIÇÕES DIFERENCIADAS
Em 2022, ano que ocorreu as Eleições Federais e Estaduais um fenômeno chamou a atenção no estado da Bahia mais precisamente no que tange a candidaturas ao cargo de Governador.
Para entender o contexto é preciso voltar um pouco no tempo, desde o primeiro governo de Lula como Presidente em 2002 e Jaques Wagner como Govenador no ano de 2006. Naquele ano as redes socias não influenciavam as eleições tão quanto como hoje e a comunicação eleitoral era o velho conhecido horário eleitoral e os comícios realizados nas cidades que aglomeravam centenas ou milhares de apoiadores.
No ano de 2006 o ex-Ministro do Trabalho no Governo Lula, Jaques Wagner enfrentou na candidatura para Governador do Estado o então candidato Paulo Souto, apoiado pelo grupo que era comandado pelo agora falecido Senador Antônio Carlos Magalhães, tido como cacique da política baiana a época.
Jaques Wagner inicia uma campanha desacreditado e no decorrer da campanha utilizando-se da imagem de Lula que na época estava no auge o candidato chega nas últimas pesquisas em franco crescimento, porém a última pesquisa ainda creditava uma vitória a Paulo Souto(PFL), o candidato Carlista. Findo as eleições e abertas as urnas Jaques Wagner foi eleito Governador da Bahia, surfando na popularidade de Lula, no 1º Turno com quase 53% dos votos válidos, tendo sido na época um dos maiores feitos do PT baiano.
Seguindo essa trajetória e ainda surfando na onda Lula, Jaques Wagner é reeleito Governador com facilidade, mesmo em uma disputa que dividiu a base do governo no âmbito nacional onde o então PMDB que fazia parte da aliança resolveu lançar Geddel Vieira Lima como candidato a governador da Bahia numa eleição que teve como candidatos principais o Governador Wagner, Paulo Souto e Geddel.
Já no ano de 2014 é a hora de eleger um sucessor e nesse momento surge os velhos embates tão comum na política: Quem é o candidato capaz de agregar os votos e suceder o governador Jaques Wagner, nesse contexto e num breve resumo surge o nome de Rui Costa que havia sido Secretário da Casa Civil e Deputado Federal tendo já uma bagagem política suficiente para a disputa.
Escolhido para suceder Jaques Wagner, Rui Costa ainda enfrenta um grande desafio, pois conforme aconteceu lá em 2006 o candidato Rui Costa enfrentando Paulo Souto entra desacreditado na campanha e mais uma vez surpreende e contrariando as pesquisas de opinião vence as eleições dessa vez surfando na boa avaliação de Jaques Wagner e ainda na onda Lula que dessa vez iria eleger a sua sucessora Dilma Roussef.
Em 2018, Rui Costa bem avaliado e contra um adversário nada competitivo que era o ex-Prefeito de Feira de Santana José Ronaldo consegue reeleger se com facilidade chegando a casa dos 75% dos votos válidos e emplaca o 4º mandato seguido do PT na Bahia.
EM 2022 SURGE MAIS UM DESAFIO
Voltando aos tempos atuais, vemos agora mais um desafio surpreendente. Vindo de um Brasil governado pela extrema-direita com Jair Messias Bolsonaro, o PT da Bahia tem um grande desafio pela frente, começando pela escolha do candidato, uma baixa no tripé que dá sustentação ao Govenador Rui Costa com a saída do PP de João Leão que era Vice-governador embaralha o jogo, pois o agora candidato adversário ACM Neto desponta como franco favorito a vencer as eleições, e começa a atrair aliados de Rui Costa, em meio a essa dificuldade de encontrar um candidato competitivo.
No inicio das conversas cogitou-se o nome do Senador Jaques Wagner que declinou da escolha, além de Jaques Wagner o nome do Senador Otto Alencar dono de um vasto capital político na Bahia também chegou a ser cotado mas não foi confirmado.
Superada essa fase é escolhido Jerônimo Rodrigues, Professor, com passagem pelo Governo Federal na gestão Dilma Rousssef e recém saído da Secretaria de Educação Estadual, porém com uma má avaliação dos resultados.
E AGORA COMO VENCER A RESISTÊNCIA E EMPLACAR UM “DESCONHECIDO”?
É ai que é reeditada uma estratégia da campanha 2006 de Jaques Wagner, só que agora melhorada e ampliada, a estratégia de: “Não importa o nome, mas sim o partido e quem o apoia”. Embalado na crescente campanha de LULA 13, os marqueteiros do candidato Jerônimo Rodrigues apostam que a única maneira de tornar Jerônimo conhecido é dizer que Jerônimo é Lula e Lula é Jerônimo na Bahia. É 13, é Lula, é Lula, é 13. Enquanto isso o candidato adversário ACM Neto que era favorito nas pesquisas não se associava nem a Lula, nem a Bolsonaro, ficando em cima do muro. A campanha foi se acirrando e o jingle na cabeça do povo baiano é Lula 13, é 13 é Lula, Jerônimo é Lula e Lula é Jerônimo, foi tomando força. A estratégia pegou tanto que tinha eleitor desavisado de ACM Neto que quando perguntado qual o número do seu candidato, ao invés de 44 respondia é 13. E o fim dessa conhecida estratégia todo mundo já conhece, após largar desacreditado nas pesquisas Jerônimo/Lula/13 vence as eleições no segundo turno da Bahia associando-se ao L de Lula e ao 13 do PT, numa estratégia de não importa o nome mas sim o número e quem o apoia.
Mas pra finalizar esse artigo a pergunta que fica é: Vale a pena votar por indicação? O Governador Jerônimo tem atendido as expectativas dos eleitores que confiaram em Lula?
DA REDAÇÃO DO EUCLIDES DIÁRIO
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